FSM – Belém acolhe manifestações artísticas e culturais, de grupos indígenas, movimento sociais e associaçãoes. Movimentos feministas usam criatividade e despertam olhares pelas ruas da Unversidade Federal do Pará, enquanto se manifestam pela liberdade de escolha e direitos. “Queremos ter controle do Banco Central, queremos ter controle do nosso corpo”.
Mês: janeiro 2009
Retratos de povos e culturas como garantia para a sobrevivência do planeta”

BELÉM – Ontem, dia 30 de janeiro, 4° dia de atividades do Fórum Social Mundial, o Instituto Missionário Consolata apresentou o painel “Retratos de sabedoria de povos e culturas como garantia para a sobrevivência do planeta”, neste encontro foram apresentadas as realidades dos povos indígenas de Moçambique, Colômbia e Raposa Serra do Sol e o trabalho dos missionários junto com estes povos.
O 1° painel realizado em uma das salas da Universidade Federal do Pará, às 8h30 abordou os trabalhos realizados pelos missionários da Consolata em Mauá, aldeia de Niassa, ao norte de Moçambique. O padre, teólogo e escritor José Frizzi e a irmã Simone Brambilla, que trabalhou por dois anos com o povo naquela região, apresentaram as atividades junto aos povos indígenas, que consistem em evangelizar, com a garantia, de que a sabedoria e as culturas de cada povo, sejam respeitadas e valorizadas.
Há 33 anos padre Frizzi trabalha em Moçambique, fundou o Centro de Estudos da Cultura Xirima, com o objetivo de estudar a origem e cultura do povo Mauá Xirima. O trabalho do centro tem três grandes diretrizes, como afirma o teólogo: a evangelização, o conhecimento da língua materna, e a ação educativa.
Por meio de estudos antropológicos é possível conhecer, valorizar a cultura indígena local e criar uma identidade coletiva para estes grupos, se firmarem na sociedade, como sujeitos autônomos; foi neste sentido, que a metodologia de trabalho para as pesquisas, consiste em envolver a população local.
Como fruto destas pesquisas foram publicados três livros: um com 15000 vocábulos do povo Mauá Xirima, uma obra de antropologia e uma Bíblia traduzida do português para a língua mauá. Para padre Frizzi, o conhecimento de outras culturas passa pelo contato direto com o povo: “o estudo de uma cultura é importante para conhecer seu povo, para conhecê-lo, se faz necessário conhecer os mitos”.
Quando questionado sobre as dificuldades de inculturação, padre Frittz é bem claro, é necessário respeitar a cultura local, construir uma relação de respeito mútuo e assim, se colocar à disposição para o serviço. Padre Frittz encerra a apresentação de seu painel, com o provérbio da sabedoria Macuá Xirima: “embora o caminho seja tortuoso, se o coração deseja, chegará ao destino”.
Presidentes latino-americanos em Belém

BELÉM – A Via Campesina organizou paralelamente ao Fórum, uma Conferencia entre os presidentes Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), Hugo Cháves (Venezuela) e Rafael Correa (Equador). A Conferência foi conduzida por João Pedro Stédile e Jaye Amorim, ambos da coordenação nacional do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Carimbó
Ontem eu entendi o que é que este povo do Pará tem, que em nenhum outro lugar se acha…o Carimbó. Durante o Fórum Social Mundial, há apresentações diversas da cultura local, entre elas, na Tenda Curumim, estava o ‘FAMOSO” Carimbó…pois bem, fui cobrir.
Cobrir…eu me acabei, que maravilha, esta dança é uma mistura de dança africana com indígena, há um rebolado, uma ginga única, de tirar o fôlego de muitos, princialmente dos estrangeiros que se econtram por aqui, não acostumados com o ebolado das morenas. Um amigo meu albanês que o diga! Fica a dica, veio para Belém, dance Carimbó e seja Feliz!
Movimentos sociais reunem presidentes latino-americanos no FSM
Acontece em Belém, nesta quinta-feira (29/01) às 13h, um encontro promovido pelos movimenos sociais para discutir as “Perspectivas da Integração Popular da América Alética”, um encontro com os presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Rafael Corrêa (Equador) e Fernando Lugo (Paraguai).
Participam da atividade representantes dos movimentos sociais de todo o continente, como via Campensina, Jubileu Su, ASC (Aliança Continental Social, Marcha Mundial das Mulheres entre outras. A atividade acontece na Universidade Estadual do Pará.
Chuva não afoga o Fórum Social Mudial
As ruas de Belém foram tomadas por uma festa democrática, na abertura do Fórum Social Mundial 2009, ontem (27). A capital do Pará ganhou cores, sorrisos, sonhos e a certeza de que, de fato, é possível se construir um mundo melhor. Nem a forte chuva que caia sem parar, desanimou os cerca de 100 mil participantes oriundos de 150 países, durante a caminhada que abriu oficialmente os trabalhos do evento.
A caminhada teve início às 15 horas, na Escadinha do Cais do Porto, ao lado da Estação das Docas, seguindo até a Praça dos Operários, no bairro São Braz. No percurso, a multidão pluricultural externava, em diversas formas a vontade de sonhar juntos uma nova humanidade. Questões relacionadas ao meio-ambiente, crises energética e econômica, problemas de moradia, educação, violência sexual, direitos individuais, entre outras bandeiras fazem parte da extensa programação.
A caminhada reuniu várias histórias de pessoas que, em suas associações, comunidades, institutos, ongs e movimentos, trabalham pela garantia de seus direitos. Em meio ao mar de gente, encontrava-se o francês Benjamim Ginú, estagiário do MST. Segundo ele, “é muito importante somar as forças e dar uma resposta global para os problemas. A gente não pode lutar somente em nosso local de residência, mas temos de compartilhar experiências, construir junto um projeto popular alternativo ao modelo vigente”, disse animMissoes ado.
Construir juntos é a palavra de ordem neste Fórum, que segundo a organização contará com a presença de mais de 100 mil pessoas. Estão previstas mais de 2.000 atividades autogestionadas, coordenadas por uma infinidade de organizações, movimentos, ONGs e instituições.
Outra bandeira hasteada nas ruas de Belém, foi o grito dos que se preocupam com o futuro da humanidade, com a Amazônia e suas populações tradicionais. A região segue ameaçada pelo desmatamento; inúmeros grupos, associações civis e povos indígenas tem se manifestado contra os maus tratos a que a Floresta vem recebendo. Frederico Sena é amazônida, da Ilha do Marajó no Pará. Veio ao Fórum reafirmar o seu compromisso: “eu gosto da Amazônia e estou brigando por ela, se for preciso, eu morro por ela”.
Testemunhos como este dão o tom ao evento, que por ser internacional se relaciona com os diversos problemas que ferem o mundo, como o caso da Palestina. “A luta dos trabalhadores e dos pobres é internacional. O que está acontecendo na Palestina não é uma guerra, é um genocídio, apoiado pelo Estado de Israel e seus aliados”, afirmou França que vestido uma camiseta pela Palestina. Ele reforça a importância de estar, neste momento em Belém. “O FSM vai discutir as questões mundiais, principalmente da classe trabalhadora, uma outra sociedade, uma sociedade livre, libertária onde não haja opressores nem oprimidos”, destacou.
As atividades do FSM-2009 se estendem até o dia 1° de fevereiro, nos campus das Universidades Federal e Rural de Belém no Estado do Pará.
Tudo está pronto em Belém
Na capital do Estado do Pará, tudo está pronto para o início da 9ª edição do Fórum Social Mundial – FSM, que espera receber cerca de 120 mil participantes. Na tarde do dia 26, milhares de pessoas e profissionais da imprensa compareceram às instalações da Universidade Federal Rural, para fazer o credenciamento e retirar a extensa programação, publidada em quatro idiomas.
Nas ruas de Belém já é visível a intensa movimentação nos transportes públicos. As rodovias, aeroportos e hotéis estão recebendo gente de todo o mundo com o objetivo de “formular alianças e plataformas de ação e luta que fortaleçam os processos já em curso possibilitando a criação de novos”, como afirma o grupo facilitador do FSM 2009. Para preparar a cidade, além dos investimentos em infra-estrutura, várias escolas foram reformadas e passaram a promover encontros pré-forum, onde se discutia a importância de se realizar um evento tão importante, como este em Belém. Nos encontros preparatórios, omores participantes receberam orientações sobre o que se esperava do FSM, quais os benefícios para a população, em especial para a juventude e sobre as futuras políticas públicas para a sociedade como um todo.
Bruno Cristian S. Santos, tem 18 anos é um dos jovens, que participaram dos encontros preparatórios. Hoje ele soma-se aos cerca de 600 jóvens, que se dedicam a orientar os 20 mil joves aguardados no espaço do Acampamento Intercontinental da Juventude. Nascido em Belém, Bruno é líder da UMES – União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas. Para ele, o Fórum é um momento de incentivar a juventude “acomodada” a participar da vida política de sua cidade e do país. Além disso, é um momento de ajudar a construir um Planeta melhor para se viver. “A gente espera que depois do Fórum, os investimentos do governo continuem e que não seja apenas no período do evento”, afirmou.
O IX FSM acontece num contexto de várias crises, na economia, meio-ambiente, cultura e política. Outros diriam, em uma crise do modelo de civilização, dada a gravidade do contexto em que nos encontramos. É diante desta realidade, que o Fórum transforma-se num encontro daqueles que acreditam que a mudança é possível e que ela só pode se concretizar com a participação de todos os atores da sociedade. A inauguração oficial do IX FSM está marcada para a tarde do dia 27, com uma grande caminhada, partindo do Cais do Porto, ao lado da Estação das Docas, e deslocando-se até a Praça do Operário, no bairro São Braz.
O 2° dia será dedicado à Pan – Amazônica e suas temáticas regionais, (a Pan –Amazônica é a região que abrange Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. A partir do dia 28 à tarde até dia 31 de janeiro, acontecerão as atividades autogestionadas, estendendo-se até o dia 1° de fevereiro, quando se encerra o Fórum, com a celebração do Dia das Alianças. Paralelo à essas atividades acontecerão as tendas temáticas e uma ampla programação cultural.
Marina Silva empolga participantes no III FMT
Marina Silva: ex-ministra do meio ambiente, senadora, mulher de coragem e fé….foi recebida com festa no III Fórum Mundial de Teologia e Libertação.
O III Fórum Mundial de Teologia e Libertação tem sido marcado por inúmeros debates e reflexões, que ajudam a entender a realidade da Amazônia, os contextos econômicos, políticos e conflitos que norteiam a região, seja pela preservação ou pela devastação.
No último dia 24, às 19h, no Centur em Belém – PA, a senadora Marina Silva foi acolhida por aproximadamente 900 participantes vindos de todas as partes do mundo. De maneira calorosa, com cantos e danças, os participantes acolheram a senadora para a conferência: Amazônia, o choque entre os dois mundos. Na sua intervenção, Marina alertou sobre como as pessoas veem a Amazônia e como deveriam tratá-la e preservá-la.
“As pessoas olham para a Amazônia como se aqui fosse um vazio demográfico, uma floresta homogênea, um lugar a ser ocupado, sem considerar os milhões de amazônidas que vivem aqui, hoje já são mais de 24 milhões que vivem por aqui”, afirmou a ministra..
Marina fez um breve levantamento sobre os alarmantes dados da região. Falou também da crise, não somente da econômica, mas sobretudo, “civilizatória”. Um cenário, no qual homem se coloca acima de todas as demais manifestações de vida e toma suas decisões balizadas apenas pelo mercado e por sua visão antropocêntrica.
A maneira irresponsável com que os seres humanos tratam o meio ambiente, resulta em catástrofes nunca antes vistas, como as ocorridas em nosso país, em especial nos estados de Santa Catarina e Minas Gerais. Marina trouxe dados para sustentar sua defesa à natureza: “95% dos cientistas dizem que o caos na natureza é fruto da ação humana, desde a Revolução Industrial”.
Historicamente a relação do homem com a Amazônia tem sido predatória, desde a monocultura, mineração, passando pela extração irregular de madeira e pecuária. A ex-senadora alertou que cerca de 1 bilhão e meio de pessoas no mundo dependem das florestas, entre elas 60 milhões de índios povos de tradição e culturas únicas, com saberes ainda por serem descobertos.
A questão do direito à terra indígena tem sido tema freqüente durante o Fórum, que contou a participação de representantes indígenas de várias partes do globo e não ficou de fora da Conferência de Marina, que acrescentou: “quando os portugueses chegaram aqui eram 5 milhões de índios e 12 mil portugueses e estes se transformaram em 190 milhões de habitantes, os índios se reduziram à 500 mil índios hoje no Brasil, um genocídio. A junção do saber com o conhecer, pensar o mundo a partir da Amazônia e a Amazônia a partir do mundo”, concluiu.
Karla Maria, revista Missões.
Participação indígena será a maior da história do FSM
Em 2009 a mobilização indígena será a maior da história do Fórum Social Mundial. Belém será o destino de cerca de 3 mil índios e índias de todo o mundo que irão debater sobre a realidade dos indigenas do mundo e pedir apoio de toda humanidade para lançar uma campanha em defesa do planeta.
Cerca de 27% do território amazônico, formado pelos nove países da Pan Amazônia, é ocupado por terras indígenas e 10% de toda a população da América Latina, o equivalente a 44 milhões de pessoas, é composta por 522 povos tradicionais de diferentes etnias. São crianças e adultos protagonistas de uma luta de resistência e que sofrem perdas irreversíveis provocadas pelo capitalismo neoliberal predatório, impulsionado pela expansão das atividades de empresas multinacionais – mineradoras, petrolíferas, hidrelétricas, madeireiras, sojeiras, entre outras – , sobre as reservas indígenas.
Essa realidade, assim com a campanha mundial em defesa do planeta, está na agenda dos indígenas durante a 9a edição do Fórum Social Mundial, que será realizado de 27 de janeiro a 1º fevereiro, na Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em Belém, Pará, Brasil.
Histórico do Fórum Social Mundial
fonte: www.fsm2009amazonia.org.br
De Martin Luther King à Barack Obama…a história se supera
“Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação”. discurso Martin Luther King em 28/08/1963
O que significa ter um um homen negro no governo dos Estados Unidos da América? Este momento entra para a história como um acerto de contas, uma resposta à década de 60 quando homens e mulheres eram julgados, discriminados e excluídos por serem negros e negras. Aquele momento foi marcado por muito sofrimento e teve Martin Luther King, como uma referência na busca pela igualdade de direitos.
Neste dia, milhares de pessoas se reunem no capitólio da capital norteamericana, para testemunharem este fato, que parece entrar para a história, como uma grande conquista da democracia norte-ameicana e mais do que isso, um passo para a liberdade de manifestação, pensamento e escolha, independente de cor, classe, raça ou etnia.
Barack Obama é/será o 44° Presidente dos Estados Unidos.