Benedito Prezia é doutor em antropologia pela PUC-SP, onde coordena o Projeto Pindorama, que oferece bolsas de estudos a jovens indígenas que queiram estudar na entidade. Autor de vários livros paradidáticos sobre a questão indígena, atualmente é coordenador da Pastoral Indígena da Arquidiocese de São Paulo.
Acompanhe abaixo o que pensa o antropólogo sobre a criação do conselho municipal indígena.
” Como não vi o decreto que o criou, não poderei dar muita opinião, mas penso que tem dois desafios: pensar na criação de políticas públicas para as comunidades indígenas da cidade de São Paulo e estabelecer mecanismos para que essas políticas se concretizem.
Penso que ele foi criado num momento ruim, que é o final de gestão. No último ano de um governo pouca coisa se faz, pois todos pensam no próximo mandato.
Assim terão apenas 6 meses para pensar algo, pois a partir de agosto, praticamente nada é encaminhado. E com a eleição do próximo ano, as pessoas que assumirão as novas secretarias, a que o conselho está ligado, nem sempre seguirão o perfil da atual administração que criou.
É preciso que ele [conselho municpal indígena] pense políticas não só para os indígenas que vivem em aldeias, mas também para os que estão fora de aldeia, que devem ser em torno de umas 8 mil pessoas”.