
Elis Regina, Edu Lobo, Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento e Gilberto Gil. Estes nomes surgiram e tocaram o Brasil nos anos 1960. Eram tempos de Festivais da Música Popular Brasieira, transmitidos pela TV Excelsior e depois pela TV Record.
Desde então, canções como “Arrastão” (Edu Lobo e Vinicius de Moraes), interpretada por Elis Regina, e “Porta-estandarte” (Geraldo Vandré e Fernando Lona), interpretada por Airto Moreira e Tuca permanecem no imaginário do brasileiro, são raízes da cultura popular brasileira.
Cinquenta anos depois, os festivais espalhados pelo país, continuam revelando grandes e escondidos talentos, contando desta vez, com as possibilidades da internet para a divulgação e participação do público na escolha de seus preferidos artistas.
No 4º Som Léo Festival de Música de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, entre os dias 21 e 22 de setembro de 2012, o público que seguia o Festival e as bandas participantes, pôde escolher suas bandas preferidas através da rede social, o Facebook. Na página do Festival também foram divulgados os vídeos dos artistas e das bandas musicais.
Destaque do 4º Som Léo Festival de Música de São Leopoldo, a banda II Louis and The Jay formada por quatro gaúchos e um catarinense, mistura influências do folk, rock, reggae e blues, compoe suas próprias canções e conta com a internet para a divulgação de seu trabalho.
Em entrevista ao Ká entre Nós, o vocalista Jeremias Dillenburg fala do surgimento da banda, de música e inspiração, da importância dos festivais na carreira da banda e mais, de internet e projetos que estão por vir. Antes, com vocês, a banda II Louis and The Jay:
Jeremias Dillenburg, nos vocais e violão
Luiz Carlos Oliveira, no baixo
Luiz Bitencourt, na bateria
Músicos convidados
Matheus Miguel , na guitarra
Isaque Pacheco, nos teclados
Ká entre Nós: Como tudo começou?
Jeremias Dillenburg: Eu sempre tive a vontade de formar uma banda de surf music, pois sou um surfista fissurado por esta cultura de mar! Conversei sobre essa vontade com um ex-colega do curso Técnico em Música, o Luiz Bitencourt, e ele topou ser o baterista. O baixista, Luiz Carlos, conheci na aula de inglês e, no momento, ele fazia o mesmo curso que nós tínhamos feito. Fechou! Formamos um trio e essa é a base da banda até hoje.
Ká entre Nós: Ouvindo as músicas que tocaram no Festival, percebe-se diversas referências na música de vocês. Quem, quais são as referências musicais?
Jeremias Dillenburg: Somos fãs de música boa, criativa e simples. Gostamos dos mesmos caras, como Ben Harper, Bob Marley, Jack Johnson, Tim Maia, Natiruts, O Rappa, entre outros. Claro que cada um possui seu gosto pessoal, mas no fim aderimos à mesma sonoridade. Os gêneros mais frequentados são o folk, o rock, o reggae e o blues.

Ká entre Nós: Esse foi o prmeiro festival que participaram? Qual o peso para vocês de festivais na Carreira musical?
Jeremias Dillenburg: O 4º Som Léo Festival foi o nosso primeiro e já entramos ganhando. As 10 bandas selecionadas foram agraciadas com a gravação de um DVD. Isso foi demais! De uma hora pra outra estávamos gravando entrevistas em rádio e TV, além do making off para a produção e o show final no Teatro Municipal de São Leopoldo. Acreditamos que os festivais são essenciais para a experiência e exposição da banda. Em 2013, já participamos de um festival de rock em Porto Alegre e estamos prontos para tocar no Festival do Meio Ambiente de Sapucaia do Sul, onde nossas três músicas também foram selecionadas.
Ká entre Nós: Como avalia o cenário da indústria fonográfica? Primeiro sobre a qualidade das músicas?
Jeremias Dillenburg: Sabemos que indústria fonográfica tomou outros rumos, principalmente com o crescimento e a facilidade do uso da internet e de outras ferramentas digitais. Hoje em dia, podemos encontrar muita música, de diversos gêneros e qualidades, e podemos fazer música em casa sem muita dificuldade. Acredito que a qualidade e a precisão das músicas de hoje são incríveis , mas perdemos muito sentimento no processo do trabalho em cima da obra. Temos mais “música passageira” do que “clássicos”.
Ká entre Nós: Falávamos no facebook sobre música independente. Quanto difícil é trabalhar, promover sua música longe das grandes gravadoras?
Jeremias Dillenburg: Somos como formigas: pequenos e operários. Trabalhamos muito para poder gravar uma única música que for e utilizamos a divulgação do “boca a boca” ou “face to face” para apresentá-la ao público. É muito difícil fazer isso em meio a tanta informação, mas as pessoas que se identificam com a gente vão ajudando inconscientemente no processo. Além disso, já contamos com a ajuda de uma produtora musical, a Adriana Vargas, que empresaria a banda e assessora nossos passos.
Ká entre Nós: Qual o papel da internet na vida de uma banda independente?
Jeremias Dillenburg: A internet é uma ferramenta de custo quase-zero muito acessível. Nossa divulgação, por exemplo, é toda feita através do site e das redes sociais, como o youtube e o facebook. Atingimos um grande público em curto prazo.
Ká entre Nós: Você acha que é possível viver de música hoje? Esse é o plano de vocês?
Jeremias Dillenburg: Acho que sempre foi possível viver de música, pois, como em todas as funções dentro de uma sociedade, é preciso de muito trabalho e dedicação para ser recompensado. O único “porém” também está ligado às outras profissões: COMO FAZER O QUE GOSTO, SER FELIZ E GANHAR DINHEIRO COM ISSO? Acredito que muita gente é obrigada a trabalhar com determinado tipo de música, principalmente a música comercial, só por dinheiro. A nossa banda ainda segue paralela com nossos empregos comuns, mas o sonho é viver da nossa música, da alegria de ver todos curtindo o nosso som do jeito que ele é.
Ká entre Nós: O que te inspira a compor? Quantas músicas você já compos?
Jeremias Dillenburg: A minha inspiração vem de relacionamentos afetivos e do estilo de vida que almejo: correr sem pressa na areia de uma praia, sentir o vento no rosto em uma viagem, agradecer ás pessoas que amo todos os dias, surfar até cansar…enfim, felicidade nas coisas mais simples da vida. Já fiz muitas músicas, algumas até já estão perdidas no tempo. Com a banda, já temos música suficiente para o primeiro álbum.
Ká entre Nós: Quais são os planos, objetivos da banda? Mais festivais pela frente? Músicas novas?
Jeremias Dillenburg: Nosso objetivo mais próximo é a gravação de um E.P. com cinco músicas. Estamos lançando nos próximos dias nossa primeira música gerada por gravação independente, totalmente caseira e numa versão folk. Fora isso, tocamos em bares e pretendemos participar de muitos festivais ainda, sempre buscando o aperfeiçoamento e o reconhecimento! ALOHA
Contatos da banda
www.twolouisandthejay.com
youtube.com/2louisjay
facebook.com/TwoLouisandtheJay