Imprensa é impedida de cobrir ocupação em Belo Monte

CimiEm Vitória do Xingu (PA), os jornalistas Lunaé Parracho (fotógrafo da Agência Reuters), Ruy Sposati  (Conselho Indigenista Missionário) e François Cardona (correspondente da Radio France Internationale no Brasil) , e o deputado Padre Ton (PT-RO) foram impedidos de permaner no principal canteiro de construção da barragem de Belo Monte, o Sítio Belo Monte e isso porque a juíza Cristina Sandoval Collier da 4a. Vara Cível de Altamira concedeu pedido reintegração de posse contra não-indígenas que estivessem no canteiro.

Desde quinta-feira, 2, cerca de 200 indígenas dos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires afetados pela construção de usinas hidrelétricas ocupam o maior canteiro dos quatro abertos para as obras de Belo Monte, no município de Vitória do Xingu (PA), a 50 quilômetros de Altamira. As informações e a foto são do jornalista Ruy Sposati, direto de Altamira (PA).

“Nós somos a gente que vive nos rios em que vocês querem construir barragens. Nós somos Munduruku, Juruna, Kayapó, Xipaya, Kuruaya, Asurini, Parakanã, Arara, pescadores e ribeirinhos. Nós somos da Amazônia e queremos ela em pé. Nós somos brasileiros. O rio é nosso supermercado. Nossos antepassados são mais antigos que Jesus Cristo”, dizem os indígenas em carta apresentada na data da ocupação e disponível aqui.

Na sexta-feira, 3, foi negado pela Justiça Federal o pedido de reintegração de posse da Norte Energia contra os indígenas que lá permanecem e exigem que as obras sejam suspensas até que eles sejam ouvidos pelo governo federal.

Por que jornalistas e um deputado não podem permanecer no canteiro de obras? Há algo para se esconder? No sábado, 4, os indígenas publicaram nova carta, intitulada Deixem os jornalistas aqui.  “A cobertura jornalística ajuda muito. Nós exigimos que a juíza retire o pedido de reintegração de posse, não aplique multas e permita que jornalistas, acadêmicos, voluntários e organizações possam continuar testemunhando o que nós passamos aqui, e ajudar a transmitir nossa voz para o mundo”.

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