Bispos, coordenadores de pastoral, religiosos, leigos e convidados estão reunidos para discutir a ação da Igreja Católica na Amazônia Legal
Por Karla Maria e Osnilda Lima, fsp/Signis Brasil
Na segunda-feira, 28, teve início em Manaus (AM), o 1º Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal que vai até quinta-feira, 31. Participam do evento bispos, coordenadores de pastoral, religiosos, leigos e convidados. A iniciativa é da Comissão Episcopal para a Amazônia (CEA), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A Amazônia Legal engloba seis regionais da CNBB: Norte 1, Norte 2, Norte 3, Nordeste 5, Noroeste e Oeste 2 distribuídos em nove estados brasileiros pertencentes à Bacia amazônica que corresponde ao Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte dos estados do Mato Grosso e Maranhão, totalizando uma superfície de aproximadamente 5.217.423 quilômetros quadrados correspondente a cerca de 61% do território brasileiro.
Contudo, a população amazônica corresponde a 12,32% do total de habitantes do Brasil segundo Censo do IBGE de 2010. Na Amazônia Legal vivem em torno de 24 milhões de pessoas, em 775 municípios.
A região contem 20% do bioma cerrado e abriga o mais extenso dos biomas brasileiros, que corresponde a 1/3 das florestas tropicais úmidas do planeta, detém a mais elevada biodiversidade e 1/5 da disponibilidade mundial de água potável.
Na abertura do encontro, o cardeal dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e presidente da CEA, ressaltou: “Estamos aqui em um encontro que pretende ser amplo, profundo, histórico. Pretende sim, responder à interpelações de um novo tempo. Um novo tempo que está dentro desta história bonita e gloriosa da Amazônia e da Igreja presente desde o início e às vezes a única presente”.
O cardeal ressaltou o fato de ser, o encontro, um momento histórico no curso dos 400 anos de evangelização na Amazônia, com um resgate da caminhada da Igreja na Amazônia desde o Concílio Vaticano II, que, segundo ele, abriu a Igreja para o mundo, no convite a ser missionária. “Depois tivemos Midellín para aplicar aos poucos o Vaticano II, em seguida houve o grande encontro de Santarém (1972), que em 2012 celebramos os seus 40 anos, mas nunca tínhamos reunido todas as Igrejas da Amazônia legal, e nós achávamos que isso deveria acontecer”.
Dom Cláudio fez questão de lembrar que a CEA não tem poder e pretensão de decidir nada, é apenas um serviço que quer reunir e encorajar para refletir juntos. “Tudo o que surgirá deste encontro são vocês que vão decidir. 59% do território brasileiro é Amazônia Legal. Vocês representam mais da metade do território nacional. Hoje como estamos respondendo aos desafios da Amazônia?
Nos debrucemos sobre isso, a Amazônia é um banco de prova para a Igreja, é um teste decisivo para o futuro da Igreja”, desafia do Claudio que lembra ser esse um desafio lançado pelo papa Francisco.
“E nós Igreja temos de saber ouvir e saber resolver, o papa nos disse para termos coragem, disse para mim e a outros bispos: ‘Vocês têm de arriscar, têm de ir para frente, porque se não arriscam já estão errando’. Temos de dar passos novos, urgentes e decisivos para o futuro”, provoca dom Claudio.
Por Karla Maria e Osnilda Lima, fsp