Irmã das crianças e dos mais pobres

Do sudoeste do Paraná à periferia de São Paulo, irmã Clara contou partes de sua missão em levar educação e cultura às crianças e aos mais pobres

Irmã Clara Amadio_foto de maio de 2017_Karla Maria3

A entrevista com a irmã Clara Amadio aconteceu em maio de 2017. Ela estava com 86 anos. Ontem, 25 de abril de 2018, soubemos de sua morte. Ela partiu, mas é certo que deixa em muitos de nós, inclusive em mim, sua energia, vitalidade e paixão em tudo amar e servir. Esteja em paz, irmã Clara. Seu sorriso e seu exemplo não serão esquecidos.

Segue a matéria que fiz sobre ela, nos morros da nossa Brasilândia… A entrevista aconteceu na primeira sala de catequese que sua congregação instalou no Elisa Maria, um bairro da periferia de São Paulo. Era 1993 e o bairro figurava entre as regiões mais violentas do estado de São Paulo quando as missionárias armaram sua “tenda” por lá.

Pequena, a sala tinha um sofá duro que apontava: ali não havia descanso. Para poder nos receber, a religiosa tinha acordado às 5h30. Já tinha atendido uma família, que segundo ela estava bem desestruturada, passou peças de roupa, secou o cabelo e deu um jeito nas unhas, embora tenha dito que não cultiva muita vaidade.

A conversa foi longa e nos levou ao começo de tudo: Capivari, cidade no interior de São Paulo onde a religiosa nasceu e foi batizada pelos pais Maria Luiza e Jiácomo como Etelvina Amadio, que em italiano significa Ama Deus. “Eu tive uma infância muito simples e muito bonita”, confessou a religiosa.

Caçula da família de sete irmãos, a menina tornou-se irmã Clara anos depois, quando completou 21 anos e entrou para a Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora. Em 1956, professou os votos religiosos. Ela conta que sua família não queria e que a impediu desde os 18 anos de idade de entrar para o convento.

Na ocasião, além da lista de enxoval, a jovem precisava apresentar um atestado de saúde à congregação para que iniciasse a vida religiosa, mas em consulta médica descobriu que ao longo de três meses seus irmãos estavam intervindo com o médico. “Era o médico da família, mas o meu irmão Fausto tinha passado antes de mim lá e ajeitado tudo com ele”, contou lembrando-se das artimanhas do irmão.

Irmã Clara Amadio_foto de maio de 2017_Karla Maria_2

Pressionou o médico e enfim conseguiu o atestado. No dia em que saí de casa para Jaú, local do convento, a família entrou em choque. “Naquele dia ninguém foi trabalhar. Parecia que alguém tinha morrido de tanto choro. A minha mãe levantou às 4 horas da manhã pra chorar mais e já fazia três dias que ela chorava. Meus irmãos homens, barbados, todos chorando”, contou a irmã com sorriso sincero, achando graça de seu passado.

Não foi só a partida que fora difícil. Quando chegou ao convento, achou o hábito, a roupa de freira, um tanto estranha, mas pensou: “não vou deixar de ser freira por causa disso”. Às vésperas do Concílio Vaticano II (1962-1965), irmã Clara liderava uma certa rebeldia junto às demais jovens e viveu os novos ares deste novo tempo na Igreja. “Ele (o Concílio) abriu o caminho. O que era essência e o que não era essência. Ele mostrou o que era principal, importante tanto para as freiras quanto para a Igreja toda. Ela queria era ajudar os mais pobres, servi-los, mas não entendia determinadas regras.

“Eu não aceitava tudo. Eu tinha dificuldade para ser obediente. Eu era liberta e briguenta, porque eu dialogava demais e isso lá (no convento) era meio raro. Eu batia na porta da superiora e falava irmã, eu não gostei da sua atitude naquele momento, a senhora errou. Ela via que eu uma menina boa e que tinha dom, por isso perdoava”, desabafou a irmã.

O caminho – Com suas sandálias andou pelo País levando a presença e o carinho de Deus, a Palavra transformadora. Destaca, contudo, uma experiência em especial, a que viveu no Paraná com famílias de agricultores analfabetos em Jaracatiá, hoje conhecida por Enéias Marques, no sudoeste do estado.

Era 1965 e lembra-se da simplicidade do povo, do frio que era grande e desafiava ainda mais a vida naquele cotidiano. Sem luz, a religiosa conta que as aulas duravam o tempo que as velas levavam pra queimar. “Quando acabava a vela, acabava a aula. Mas as velas daquele tempo eram melhores que as de hoje. Duravam mais tempo”, disse a irmã, divertindo-se.

Lembra-se que muitos adultos e crianças atravessavam quilômetros a pé e descalços a roça queimada pela geada para estudar com irmã Clara. Chegavam com os pés congelados, e lá a irmã os acolhia com duas bacias e uma toalha. Lavava os pés de cada um que chegava. Primeiro na água fria, para tirar o gelo, e depois na quentinha, a fim de aquecê-los e prepará-los para a aula.

Secava os pés de cada um e deixava-os prontos para o chão de madeira da escola improvisada, que tão bem os acolhia. Ali, o ensino ia além de qualquer conteúdo programático, e a ceia do lava-pés acontecia todo dia. “Ali, éramos três professoras e eu era a diretora também. Tínhamos uma relação de muito carinho com todos os alunos”, confidenciou a religiosa.

Anos mais tarde, em 2013, irmã Clara voltou à escola para matar a saudade daquele povo e para sua surpresa e lágrimas reviveu os gestos que praticara décadas antes. Seus olhos, socorridos por um par de óculos, acompanharam dois homens adultos se aproximarem com bacias e toalhas. Lavaram e secaram-lhe os pés.

“E eles lavaram meus pés lembrando quantas vezes eu lavei os pés deles. Carregaram-me no colo, você acredita? Há muitas marcas, muitas”, diz a irmã, emocionada. “Foi um gesto muito bonito”, conta a irmã com os olhos fechados bem apertados, sorriso de gratidão e mãos juntas postas sobre o peito, como se revivesse aquela cena.

São Paulo – Há 21 anos irmã Clara vive no Jardim Elisa Maria e faz desse espaço sua casa, onde doa e recebe atenção. Caminha pela periferia de muito buraco, lixo e esperança, sendo chamada pelo nome carinhosamente. “A presença das irmãs aqui no bairro foi muito importante e decisiva na vida de muito jovens, como eu. Elas nos deram educação e possibilidades de crescer e fazer o bem longe do mundo do crime”, disse Kelly Suzana de Araújo Silva, 37 anos, o braço-direito de irmã Clara.

Irmã Clara Amadio co Kelly_foto de maio de 2017_Karla Maria
Irmã Clara Amadio e Kelly Suzana de Araújo

Kelly é graduada em administração e teologia. Caminha agora para sua segunda pós-graduação na área de pedagogia. É testemunha viva do bem que irmã Clara e sua congregação fizeram para o bairro. Hoje, ela é diretora da Associação Sociocultural Madre Teresa de Jesus, iniciada na comunidade quando irmã Clara era provincial de sua congregação. E o capítulo para a conquista do terreno de ampliação para a associação conta com boas doses daquela “santa” rebeldia de sua juventude.

Na ocasião, por volta de 1995, irmã Clara escreveu cartas e mais cartas ao então arcebispo de São Paulo, cardeal dom Claudio Hummes, apresentando a realidade do bairro e pedindo dinheiro para a compra de um terreno no Jardim Elisa Maria que ampliasse a oferta de projetos para a comunidade. Contou com a ajuda do então bispo auxiliar da Região Episcopal Brasilândia, o falecido dom José Benedito Simão, para ganhar o coração do cardeal.

Com o dinheiro compraram o terreno e, de lá para cá, a associação oferece diariamente educação e atividades de cultura e lazer. Com 12 funcionários, recebem diariamente 220 crianças e adolescentes, divididos em duas salas com idades de seis e sete anos, duas de nove e dez anos, uma sala de oito e nove e duas de 11 a 15 anos.

“Sempre o Senhor me inspirou a amar muito as crianças e aos pobres. Não vale a pena viver e só rezar. A oração e a ação têm que estar perfeitamente unidas e desde criança sempre fui muito levada a querer o bem dos outros e sempre lutei por isso”, conta a irmã, que tem diabetes e três pontes de safena no coração.

Segundo os médicos precisa aprender a pisar no freio nas atividades pelos morros do Jardim Elisa Maria, o que parece ser a tarefa mais difícil de ser cumprida, já que aos 86 anos a irmã continua não medindo esforços para chegar às crianças e aos mais pobres, levando educação e plenitude na vida.

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(in memoriam)

Dona Ida

Conheci dona Ida em Franca, no interior de SP,  ela tinha 101 anos e muitas histórias para contar…

Ida nasceu em Ribeirão Preto (SP) em novembro de 1914. Filha de italianos, era a única menina entre nove meninos, e lembra os traços de uma professora exigente, daquelas que acompanham as lições e anotações de seus alunos, sob o olhar amparado pelo fiel par de óculos.

Vive em uma casa antiga, sala com piso de madeira, herança da avó. “Não sei se vou me lembrar de muita coisa. São mais de cem anos, não é?”, pergunta, assim meio preocupada. Estava sentada em uma cadeira confortável, rodeada por porta-retratos que estampam fotos com os sorrisos da família: os dois filhos, Marco e Renan, os sete netos e sete bisnetos.

Ao falar de sua infância e juventude, relembra que, quando menina, brincava muito de casinha, na casa dos amiguinhos, mas que seu desejo maior era ser professora, e já treinava sendo boa aluna no Grupo Escolar Guimarães Júnior, localizado na região central de Ribeirão Preto. O pai não gostara muito da ideia de ver a filha escrevendo. “Ele achava que eu ia mandar cartas de namoro”, conta Ida, divertindo-se sobre o começo de seus tantos anos de vida.

Em 1936 se casou com Lafaiety Cordeiro, 22 anos, e aos 23, teve seu primeiro filho, Marco. Aos 24, o segundo: Renan. “Casei-me porque ele era bom, mas o que eu queria mesmo era estudar mais e ser professora.”
Antes, contudo, aos 18 anos, em 1932, passou a dar aula como professora normalista, realizando seu sonho de infância. “Eram bons alunos, bem comportados, muito obedientes. Tinham muito respeito”, revela, destacando que com a chegada dos filhos não abandonou a profissão, ao contrário. “Eu tinha sempre alunas que me ajudavam a cuidar das crianças, então não tinha problema.”

À frente de seu tempo – “Acredito que dona Ida era vanguarda em seu tempo. Imagine, naquela época as moças só pensavam em se casar e ter filhos, e ela não, queria lecionar. E mesmo depois de casada continuou dando aulas”, afirma uma de suas noras, a advogada Keila Pereira.

Ela se recorda do nome dos grupos escolares em que lecionou. É uma lista longa, mas o que guarda mesmo de experiência e faz questão de contar com detalhes é de suas aulas nas fazendas de café. Lá, crianças com idades entre 7 e 12 anos a aguardavam para serem alfabetizadas. Eram na sua maioria filhos de imigrantes que chegavam da Europa para refazerem suas vidas.

Para chegar até seus alunos nas fazendas da região, Ida fazia um percurso de seis horas por dia, de charrete. “Era muito longe, andávamos de charrete improvisada o dia todo, mas valia a pena, porque quando eu chegava lá estavam esperando a professora para aprender. “Meus alunos eram educados, me respeitavam. Hoje em dia, dizem que os alunos são desrespeitosos, mas isso aí tem que vir de casa, do berço”, conta a centenária.

Ida também falou da valorização da profissão, ou melhor, da falta disso: “A gente nunca teve um salário mínimo digno e acho que os professores precisavam ser mais considerados” É lamentável que a situação ainda hoje continue assim”. Ela exerceu a profissão por 34 anos ela ficou viúva em 1972. Nas últimas eleições, em 2014, votou amparada pelo seu filho e tornou-se notícia nos sites da região. “Achei que tinha o direito como brasileira de votar. Isso é exercer minha cidadania.” Votou, mas não revela em quem.

Velhice feliz – Atualmente, Ida vive naquela casa grande com jardim florido acompanhada de três cuidadoras: Dalira da Graça Lima, 66 anos, Maria Luiza de Lima, 75, e Mayra Maria Terra, 41. “Elas conversam comigo e, como saio pouco, me trazem as novidades da rua”, diz Ida. A sábia e ainda lúcida mestra faz, lentamente, sua caminhada diária na rua, contribui para sua qualidade de vida. Tem muleta, mas não a usa com frequência. Sua alimentação é normal e saudável e, como boa filha de italianos, aprecia uma macarronada, sempre acompanhada de um pouco de vinho.

Ela acorda cedo. “Eu até há pouco tempo estava com medo de morrer, mas pensei, já vivi tanto, Deus vai me ajudar nessa hora”, revela, com um sorriso de quem convive com esse receio. Sobre a profissão, revela ainda que sempre a exerceu com amor e dedicação. “Trabalhei muito, viajei muito de charrete. Toda a minha vida amei a minha profissão. Acho que os professores têm que amar ensinar”, conclui.

  • Recebi ontem à noite, a notícia de que dona Ida faleceu “sem dores, sem doença, apenas deixou o corpo serenamente” 😦

Programa Pindorama completa 10 anos de inclusão indígena na PUC-SP

141 alunos de 16 etnias passaram pelo programa universitário

“Qualificação profissional e redescoberta de suas raízes”, esses são para Benedito Prezia, antropólogo e coordenador do Programa Pindorama, os frutos dos dez anos do programa na PUC-SP. Durante este tempo, 141 alunos de 16 atnias – pankararu, pankararé, potiguara, xukuru, xukuru-kariri, pataxó, kaimbé, kaxinawá, xavante, krenak, kaingang, fulni-ô, guarani mbyá, guarani Nhandeva, Terena e Atikum -, entraram no ensino superior.

Os dados foram apresentados dia 28, na PUC, por Prezia, durante a 5ª edição da Retomada Indígena. Ao O SÃO PAULO, Prezia destacou que nem todos terminaram a faculdade, desistindo por diversas causas, seja pela dificuldade em acompanhar o curso ou por problemas pessoais.

A pankararu Maria Elizabete da Silva finalizou o curso de letras e voltou para a aldeia. “Foi uma experiência incrível. A caminhada não foi fácil, mas com muita força de vontade, determinação e persistência, consegui realizar esse sonho, alimentado desde a adolescência”, disse Elizabete que hoje leciona na Escola Indígena Pankararus, localizada na Aldeia Saco dos Barros, no município de Jatobá (PE).

Atualmente, a PUC oferece 12 bolsas, das quais duas são custeadas pelo Colégio Santa Cruz. “O Programa não é um sistema de cotas, mas reserva de vagas. Os indígenas precisam prestar o vestibular como os demais candidatos, devendo concorrer entre si, sendo escolhidos os 12 melhores listados na classificação geral”, explicou Prezia.

Além disso, o candidato precisa morar em São Paulo, entrar no critério de jovem carente e ser de uma etnia indígena,
comprovada com uma carta da comunidade. O Programa Pindorama nasceu em 2001, sob a iniciativa das professoras da PUC, Ana Maria Battaglin e Lúcia Helena Rangel, além do xavante Hiparindi Toptiro e da Pastoral Indigenista da  Arquidiocese de São Paulo.

“O Programa não me trouxe apenas uma faculdade, mas o sol e a luz para o meu caminho. Sou muito feliz e tenho orgulho deste belíssimo projeto. A educação e a inclusão social ajudam toda a comunidade e é um benefício que não tem preço”,  afirmou Elizabete. Para o pankararu Weslei Barbosa dos Santos, de 20 anos, a faculdade é local de aprendizado que deve ser multiplicado na aldeia. “Normalmente, a maioria dos estudantes indígenas querem voltar para as suas aldeias e desenvolver um trabalho lá e esse também é o meu objetivo” disse o estudante de serviço social.

A programação da Retomada Indígena aconteceu de 24 a 28, e contou também com debates sobre a realidade indígena no Brasil, em especial dos que residem no Mato Grosso do Sul. “No Mato Grosso do Sul, cerca de dez reservas indígenas de kaiowá-guarani foram demarcadas. A Funai [Fundação Nacional do Índio] levou  todas essas comunidades para dentro dessas terras, e elas viraram um barril de pólvora por causa da superlotação. Há conflitos internos entre comunidades
que não se entendem; há casos de alcoolismo, falta de perspectiva etc. Além disso, eles não conseguem trabalhar a terra porque não tem espaço para isso. Então, há consequências graves por causa da falta de demarcação das terras”, disse a antropóloga e professora do Programa Pindorama, Lúcia Helena Rangel.

Publicado em O SÃO PAULO.

Pastoral defende reeducandos em SP

Grupo de Monitoramento apresenta relatório com denúncias de maus tratos

A partir de denúncias anônimas, Grupo de Monitoramento apura violação de direitos na Fundação Casa

Texto e fotos: Karla Maria

“Senhor, o diretor tinha bafo de pinga”. A denúncia é de um adolescente em conflito com a lei, internado em uma das 101 casas de internação da Fundação Casa, antiga Febem. O SÃO PAULO teve acesso ao relato junto à Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo, que junto à Ação dos Cristãos para a Abolição da Tortura (ACAT) e outras entidades, compõe o Grupo de Monitoramento em defesa de crianças e adolescentes atendidas pela fundação.

Em 2011, o grupo visitou 12 casas da fundação, e apenas em uma avaliou condições dignas de atendimento ao adolescente, a Casa São Paulo da Vila  Maria.  “Isso prova que é possível fazer um trabalho digno, mas estamos
cansados de ver a estrutura em péssima qualidade, fios desencapados, trincas, umidade, vazamentos, esgoto entupido, o menino tomando banho frio.

Esse ambiente é propício à que? A rebeliões”, disse Sueli Camargo, advogada e coordenadora da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo. Com a  visita, além de avaliar as estruturas físicas, o objetivo é verificar todo o atendimento prestado aos adolescentes, e as entidades verificam se a  dignidade humana do adolescente está sendo respeitada. “Chegamos a uma
das unidades da zona leste, em setembro de 2011, para verificar os motivos de rebelião e lá, os adolescentes relataram acontecimentos. Quando houve  desentendimento entre funcionários e adolescentes, 24 ficaram na tranca.

Foram submetidos a spray de pimenta e banho frio, cinco adolescentes ficaram gravemente feridos e um deles ainda estava com braço enfaixado. Não jantaram, ficaram 23 horas em uma pedra fria – a cama”, disse José Nildo Alves Cardoso, advogado da ACAT e membro da Pastoral da Juventude.

Fotos apresentam espancamentos

Os depoimentos são colhidos e anexados aos relatórios, protocolados junto à direção da unidade e aos órgãos competentes: Ministério Público, Departamento de Execução da Infância e Juventude, para que providências sejam tomadas. Dois diretores já foram afastados. “Voltamos também para
evitar a represália de funcionários”, lembrou Sueli, que como advogada ouve  os adolescentes em sigilo. Sueli, avalia que houve melhorias, mas ainda há  muito ranço de presídio. “Recebi telefonema anônimo de uma das unidades que tinha um menino em cárcere privado, com apenas uma garrafa de água e vasilha para urinar, já há meses, a comida era entregue por um quadradinho,
e que alguém precisava fazer alguma coisa. Fui até lá, disse ‘sou da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo, recebi uma denúncia e quero averiguar’”.

O que Sueli conta, remonta aos tempos da ditadura militar. “No primeiro momento, o menino (13 anos) não falou, negou tudo, mas depois ele me contou, com medo, a situação. Ele saiu algemado, de cabeça baixa e me  mostrou com o olhar, onde era o quartinho dele”. Sueli pediu para o agente abrir e constatou ali o descumprimento de direitos humanos. O diretor dessa unidade, localizada no município de Franco da Rocha foi afastado e responde um processo criminal.

Fotos acompanham os relatórios, e nelas, a marca da violência, dos  espancamentos. “É inadmissível você ver um discurso que hoje há um novo
tratamento, não há, basta ver e ouvir as denúncias”, disse Sueli. “Estamos  denunciando, defendendo a vida daqueles meninos e meninas, mas é preciso o anúncio do Evangelho. Não há missas ou visitas, ninguém reza, ou celebra nas
unidades. Vemos igrejas neopentecostais, que mexem com o lado emocional dos meninos. Já os vi, com marcas de espancamento dizendo ‘o senhor quis assim’, já pensou?”.

Matéria publicada no O SÃO PAULO, edição 2891

Campanha ‘Natal dos Sonhos’ chama à solidariedade

Fotos: Luciney Martins

Arrecadação de brinquedos continua até dia 15, nas paróquias de SP

De um lado bola, boneca, carrinho, peteca; do outro, abraços, beijos estalados, mãos estendidas, um olhar carinhoso, um agradecimento sincero. Os gestos foram recolhidos por toda a cidade, durante a Campanha “Natal dos Sonhos”, promovida pela Pastoral do Menor neste 2011.

No último sábado, 26, aconteceu o ‘dia da grande arrecadação”. Com o tema “A solidariedade Transforma o Mundo! Doe um Brinquedo”, o Teatro Grande Otelo, no Colégio Liceu Coração de Jesus, no centro, acolheu mais de 800 pessoas, em sua grande maioria crianças e adolescentes, para celebrar a solidariedade em prol das crianças mais carentes.

“As crianças precisam, desde cedo, se preocupar com o próximo, com o mais pobre, é uma questão de cidadania”, disse o estudante Gustavo Eustáquio de Paula, 17 anos. Para a professora Terezinha Fátima Tomazi, 52 anos, a campanha estimula a solidariedade nas famílias, transformando-se em gesto concreto, como a doação de brinquedos. E foram muitos brinquedos; em 2010, foram arrecadados cerca de 350 mil, e neste ano, a pastoral imagina bater esse número até o dia 15, quando se encerram as doações, nas diversas paróquias da Arquidiocese de São Paulo e nas dioceses de Campo Limpo e Santo Amaro.

O dia da grande arrecadação foi animado, contou com corais, shows e celebração, tudo com tradução simultânea em libras, estava concreto o gesto da inclusão. As crianças e adolescentes dos colégios e entidades católicas, atendidas pela Pastoral do Menor, de todas as cores e classes sociais, se divertiram, brincaram, cantaram e rezaram para que as crianças sejam respeitadas e tenham direito à educação, cultura e lazer.
“Com a campanha, tivemos a oportunidade de denunciar o desejo, a fantasia que há por de tras do brinquedo, mas que infelizmente é inatingível para muitas crianças que sonham durante toda a sua infância, com um Natal dos Sonhos”, disse Sueli Camargo, coordenadora da Pastoral do Menor e da campanha.

O grande dia de arrecadação despertou o lado lúdico da criançada com a apresentação de danças e corais, chamaram também atenção para o verdadeiro sentido do Natal, com a encenação do nascimento do Menino Jesus, entoado por uma Ave Maria, na voz de Renata Pizi. Quando o ‘Menino Jesus’ apareceu no colo de Maria, as cabecinhas se esticaram para enxergá-lo, os pés perderam o chão e as mãos o aplaudiram. Nessa história, que se repete por dois milênios, os reis magos são outros: dezenas de crianças apresentaram presentes, enquanto outras crianças do coral do Colégio Santa Marcelina cantavam Noite Feliz, culminando com o Glória.

Para dom Milton Kenan Junior, bispo na Região Episcopal Brasilândia e referencial para as Pastorais Sociais, Natal é mistério de amor que deve se traduzir em gestos. “Esta campanha é a possibilidade de nossas crianças entrarem na lógica de Deus, que não pode se limitar apenas às boas intenções, ao sentimentalismo vazio, mas que tem que se demonstrar em gesto”.

E os gestos de solidariedade acontecem há 10 anos; desde então, além de incentivar a doação de brinquedos, a campanha vem educando para uma cultura de paz e solidariedade. “Neste período, a Campanha possibilitou destacar a importância do respeito com as fases de desenvolvimento da criança. Conscientizou, mobilizou a sociedade, denunciou o direito de brincar, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente que está sendo roubado das nossas crianças, que são obrigadas a irem para as ruas, para os faróis como pedintes com a obrigação do sustento da família”, disse Sueli.

Publicado em O SÃO PAULO

Jogo de Ideias – Série Grandes Repórteres

O Itaú Cultural promove nos dias 1 e 2 de dezembro, o programa de TV Jogo de Ideias. Ele  vai mostrar o trabalho de grandes profissionais da reportagem brasileira, com experiências diversificadas e de diversas gerações, como Audálio Dantas (homenageado da série) José Hamilton Ribeiro, Eliane Brum, Ricardo Kotcho, Leonardo Sakamoto, Natália Viana, Rosângela Ramos estarão presentes nas mesas de debate das gravações do programa. Perguntas abertas ao público.
O encontro desses jornalistas vai permitir refletir sobre este momento em que o jornalismo muda, mas a reportagem não. A reportagem, ofício nascido do espanto, como a filosofia, mas que vai escarafunchar as periferias da terra e do homem para buscar sua matéria-prima, segue exigindo o mesmo de quem a ela ousa se entregar: olhar e escuta. Presença. As novas mídias mudaram as relações de poder entre o Estado, a sociedade e a imprensa, e ampliaram o número e a diversidade dos narradores da vida cotidiana. Nesse mundo novidadeiro e mutante, ao contrário do que dizem os apocalípticos, a reportagem se fortalece. A curadoria é da jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum e a apresentação do programa: jornalista Claudiney Ferreira.

Programação
Dia 1 dezembro quinta 18h – Natália Viana e José Hamilton Ribeiro
20h – Audálio Dantas é entrevistado por José Hamilton Ribeiro, Ricardo Kotscho, Claudiney Ferreira e Eliane Brum

Dia 2 dezembro sexta 18h – Leonardo Sakamoto e Ricardo Kotscho 20h – Audálio Dantas, Claudiney Ferreira e Eliane Brum entrevistam Rosângela Ramos Serviços
LOCAL: Itaú Cultural – Av. Paulista, 149 [metrô Brigadeiro] – São Paulo | SP. Entrada franca.
INGRESSOS: começam a ser distribuídos 30 minutos antes da primeira sessão (um ingresso dá direito a assistir às duas gravações do dia).
COMO SE INSCREVER: envie e-mail para itaucultural@comunicacaodirigida.com.br e apenas mencione o seu nome completo e atividade que exerce. Você receberá uma confirmação de presença e seu nome entrará na lista da Recepção do evento.
Vagas limitadas: 247 lugares
CERTIFICADO: carga horária de 6 horas.

O Homenageado
O grande homenageado da série é Audálio Dantas, jornalista que conta o Brasil – e é contado por ele. É, ao mesmo tempo, protagonista da História, como cidadão, e contador de histórias reais, como jornalista. Para a curadora da série, Eliane Brum. “ o passado contém uma dose de dignidade maior porque ele esteve lá, mas Audálio segue fazendo sua parte para desenhar o futuro. Não fosse o fato de as solas dos seus sapatos se manterem gastas, e as pontas um tanto empoeiradas, seria plausível acreditar que Audálio tem rodinhas nos pés. Entre as muitas qualidades que fizeram dele um dos grandes repórteres do século XX, encontra-se uma bem rara: a de manter a mente livre das teias de aranha e dos suspiros da nostalgia, sempre ansioso por estar de passos dados com o mundo e metendo o nariz onde é – e não é – chamado.”

Os entrevistados
Audálio Dantas é jornalista nascido em Tanque D’ Arca (AL). Iniciou sua carreira no início da década de 50, como repórter da Folha da Manhã (atual Folha de S.Paulo), na capital paulista, passando depois pelas redações das revistas O Cruzeiro, onde foi redator e chefe de reportagem; Quatro Rodas, como editor de turismo e redator-chefe; Realidade, como redator e editor; Manchete, como chefe de redação; e Nova como editor. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e também da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), além de vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Atualmente é diretor da revista Negócios da Comunicação e dedica-se a criação de produção de projetos culturais.

José Hamilton Ribeiro é jornalista há mais de 50 anos, tendo se especializado em cobertura de guerra, que fez para veículos como Realidade, Folha de S.Paulo e Rede Globo. Autor de 15 livros derivados de suas reportagens, atualmente atua na Globo, como repórter e editor do programa Globo Rural.

Leonardo Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política. Cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no Paquistão. Professor de Jornalismo na PUC-SP e ex-professor na USP, trabalhou em diversos veículos de comunicação, cobrindo os problemas sociais brasileiros. É coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo. Mantém o blog http://blogdosakamoto.uol.com.br/.

Eliane Brum, curadora da série Repórter, é repórter, escritora e documentarista. Tem quatro livros publicados: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém Vê, O Olho da Rua – Uma Repórter em Busca da Literatura da Vida Real e um primeiro romance, Uma Duas. Estreou no cinema de documentário como codiretora e corroteirista de Uma História Severina e em 2010 codirigiu Gretchen Filme Estrada. Atualmente é colunista do site da Revista Época (http://revistaepoca.globo.com/palavrachave/eliane-brum/).

Natália Viana é jornalista há pouco mais de cinco anos e representa a nova geração de repórteres. É uma das fundadoras da Agência Pública ( http://apublica.org/ ), uma das primeiras experiências no Brasil de produção de jornalismo investigativo independente sem fins lucrativos. Parceira da Wikileaks ( http://cartacapitalwikileaks.wordpress.com/about/ ), fez parte da equipe que selecionou, traduziu e divulgou os documentos secretos da diplomacia americana que abalaram o planeta a partir de 2010.
Ricardo Kotscho é jornalista desde a década de 1960, tendo passado por boa parte dos principais veículos de comunicação do Brasil, seja de mídia impressa ou TV. Foi repórter, editor, chefe de reportagem e diretor de redação. Foi correspondente na Europa nos anos 1970 e exerceu o cargo de Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República no governo Luiz Inácio Lula da Silva, no período 2003-2004. Tem 19 livros publicados, entre os quais Do Golpe ao Planalto- Uma vida de Repórter e A Prática da Reportagem. Atualmente é repórter especial da revista Brasileiros, comentarista do Jornal da Record News e mantém o blog http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/ . Rosângela Ramos é repórter do jornal Boca de Rua, de Porto Alegre, que completou 11 anos de existência e é um dos poucos no mundo em que moradores de rua são ao mesmo tempo jornalistas e jornaleiros: elaboram a pauta, entrevistam, fotografam e depois vendem o jornal ( http://bocaderuanainternet.blogspot.com/ ).

Virada Inclusiva para virar com você

Foto Karla Maria | No Memorial da América Latina, apresentação da Companhia de Dança Casa André Luiz

Pela primeira vez o estado de São Paulo promove a Virada Inclusiva. Ontem e hoje (4/12), acontecem em várias cidades, inclusive na capital, uma série de shows, palestras, oficinas, apresentações, mostras teatrais, exposições, gincanas e manifestações de arte, cultura, esporte e lazer para um público que ta querendo literalmente “virar” o olhar  as cidades. “Precisamos olhar para as capacidades de cada um e não para suas deficiências”, disse Elisângela Vasconcelos, 33 anos, psicóloga e repórter do informativo da ONG Nosso Sonho. Nos conhecemos no Memorial da América Latina, durante a Virada Cultural, em uma sala com seis pessoas afetadas por deficiência neuromotora, vi o que a superação é capaz.

O tempo ali é outro. Um convite ao contato, ao ouvir, ao relacionar-se. Elisângela tem os pensamentos organizados, sua fala é concatenada e suas palavras firmes são um manifesto pela inclusão. Ela não pode caminhar, mas seu caminho já é um exemplo. De sua cadeira de rodas, com um sorriso largo ela me diz que  sua vida pode e é tão colorida, quanto a minha.

Outro repórter da ONG é Marcos Murackami, 22 anos. Marcos se comunica por meio do sistema Bliss. São símbolos feitos de formas geométricas, que representam conceitos simples ou complexos. Seus dedos caminham entre os símbolos e as palavras, expressões e ações vão se formando. A vontade vai criando forma, e a comunicação acontece. Apesar da sua vasta possibilidade de combinações, a sua aprendizagem é mais lenta e exige maior desempenho cognitivo.

A tecnologia é uma aliada na inclusão, Ana Lúcia Barros, 28 anos, possui uma coluna de receitas no Informativo, todas antes testadas. Para o trabalho na redação, Ana utiliza um computador que rastreia o movimento de seu olhar e vai codificando os símbolos, assim como Marcos. A diferença é que Ana não pode mover os braços. Sua comunicação acontece pelo olhar. Um olhar que a mim comunicou “Oi, foi um prazer te conhecer”.

As receitas de Ana e as colunas dos meus colegas de trabalho, podem ser encontradas no Informativo Bem Vindo A.Nó.S.

A virada inclusiva além de ser uma política pública de inclusão das milhares de pessoas que possuem algum tipo de deficiência, possibilita conhecer o ser humano, assim como ele é, na sua capacidade, humanidade e na sua coragem de enfrentar dia-a-dia os obstáculos da vida urbana e do coração humano.

Conheça a programação da Virada Inclusiva.

Encontros na PUC-SP debatem realidade indígena

Pelo terceiro ano consecutivo o Programa Pindorama (Indígenas na Pontifícia Universidade Católica -PUC-SP) e o Museu da Cultura da PUC-SP vão realizar entre os dias 20 a 24 próximos, um evento que irá discutir os problemas das populações nativas no Brasil de hoje.

Dois eventos marcam esta semana: a exposição de fotógrafos indígenas com o título O olhar indígena sobre a aldeia e a cidade e o lançamento do Relatório de Violência 2009, contra os povos indígenas, preparado pelo Cimi e que será lançado no dia 24. 6ª feira, às 19h.

Pela primeira vez São Paulo terá uma mostra de vários fotógrafos indígenas de várias (Guarani, Potiguara, Terena e Kaimbé), quase todos estudantes da PUC-SP (graduação e pós-graduação), que poderão mostrar um olhar diferenciado sobre esta sociedade com a qual convivem muitas vezes de maneira bastante conflituosa.

Quanto ao Relatório da Violência contra os Povos Indígenas 2009, há 18 anos o Conselho Indigenista Missionário-Cimi vem realizando este levantamento, elencando os problemas, que vão desde a agressões contra a pessoa – doenças, morte por desassistência, suicídios, assassinatos, tentativas de homicídios, discriminação, agressões do poder público –, quanto a agressões contra o patrimônio, como invasão de terra, furto de madeira, danos ao patrimônio e  incêndio criminoso.

Neste ano o lançamento em São Paulo contará com a presença de sua organizadora, a Profa. Lúcia Helena Rangel, da PUC-SP, além de várias lideranças indígenas do Mato Grosso do Sul e Roraima.

Todos estas atividades serão no Pátio da Museu da Cultura da PUC-SP.

Pouco a pouco os estudantes indígenas da PUC-SP começam a ter voz e a conquistar um espaço importante, revelando que tem algo a dizer e a cobrar da universidade, deixando desta forma de ser “invisíveis”.

Esta semana é organizada pelo Programa Pindorama, Museu da Cultura e NEMA-Núcleo de Estudos de Populações Tradicionais e Meio Ambiente/PUC-SP, contando também com o apoio da Pastoral Indigenista de São Paulo, Cimi-Grande São Paulo, Cursinho FOCO e Organização Popular Aymberê.

Porto Alegre recebe Congresso Nacional de Jornalistas

O Jornalismo a serviço da sociedade e a defesa da profissão”

Porto Alegre será ponto de encontro para cerca de 700 jornalistas de todo o Brasil, para a realização do 34º Congresso Nacional da categoria, que acontercerá de 18 a 22 de agosto, no centro da capital. A cerimônia de abertura, no dia 18, contará com as presenças do deputado Paulo Pimenta (PT/SC), autor da PEC 386/09, do senador Antônio Carlos Valadares, autor da PEC 33/09,  que prevêem a restituição da exigência do diploma para o exercício da profissão – e da deputada Rebecca Garcia (PP/AM), coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa do Diploma.

Também integra a programação o Encontro Latino-Americano de Jornalistas, a ser realizado no dia 19 e contará com a presença do presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), Jim Boumelha.

Eleitas com o voto direto da categoria no processo realizado de 27 a 29 de julho, a nova direção da FENAJ, presidida pelo gaúcho Celso Schröder, e a nova Comissão Nacional de Ética dos Jornalistas tomarão posse em solenidade festiva durante o 34º Congresso Nacional a ser realizada no dia 21 de agosto. Na oportunidade também serão agraciados com a Comenda da FENAJ os jornalistas Daniel Herz (In Memorian) e Nilson Lage.

A programação do encontro será norteada pelos eixos: Ética na Comunicação, Jornalismo Ambiental, Novas Tecnologias, A organização dos Jornalistas de Imagem, Gênero, Raça e Etnia, Saúde do Trabalhador, Estratégias dos Jornalistas de Língua Portuguesa e Luta pelos Direitos Autorais.

No evento haverá a entrega da “Comenda FENAJ” a personalidades que se destacam na defesa do Jornalismo e da profissão.