Cardeal Scherer avalia colóquio e fala sobre visita de Russomanno

Em entrevista exclusiva ao O SÃO PAULO, o cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo avalia o colóquio, realizado dia 20, entre o clero da capital e os candidatos à prefeitura de São Paulo: Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB), José Serra (PSDB) e Soninha Francine (PPS). Celso Russomanno (PRB) não compareceu ao colóquio, mas foi recebeido pelo cardeal, dia 22, na cúria metropolitano. Na entrevista, o arcebispo fala sobre o teor da conversa:

O SÃO PAULO – A forte repercussão do colóquio aponta o importante papel que a Igreja Católica possui na sociedade?
Dom Odilo Pedro Scherer – Avalio que o colóquio com quatro dos cinco candidatos mais bem cotados para as próximas eleições para o cargo de prefeito de São Paulo foi de bom nível, dando a ocasião para que os candidatos apresentassem suas propostas e propósitos de governo aos padres e religiosos da Arquidiocese de São Paulo, que eram o público alvo convidado; e esses puderam apresentar aos candidatos uma série de questões da cidade de São Paulo que são bem conhecidas pelo trabalho da Igreja, como o trabalho social, com pobres, doentes a população excluída, o povo das periferias urbanas; mas também as situações de violência, a segurança, a educação, a saúde, as condições de habitação de grande parte da população… Desta maneira, ficou claro o papel social relevante que a Igreja Católica tem em São Paulo e que não pode ser ignorado ou negligenciado pelo poder público municipal.

O SÃO PAULO – Qual é a avaliação que o senhor faz das propostas apresentadas pelos candidatos? Elas correspondem às demandas da população de São Paulo acompanhada e vivida pela Igreja Católica?
Dom Odilo – Os candidatos estão preocupados em captar o voto e tentam responder da melhor forma às perguntas que lhes são feitas e no tempo disponível para responder. Por isso, nem sempre são plenamente satisfatórias e isso é até compreensível num momento de debate. Mas penso que a cidade de São Paulo precisa de muita atenção e bons projetos para a educação, saúde, transporte, habitação, segurança, saneamento básico… Precisa dar atenção especial à parte da população mais fragilizada e desatendida pelo Poder Público. E precisa de uma política urbanística no seu todo, que assegure qualidade de vida para a população para o presente e o futuro.

O SÃO PAULO – De que modo a ausência do candidato Celso Russomanno, do PRB, prejudicou o colóquio?
Dom Odilo – Ele perdeu uma boa oportunidade para expor suas ideias e apresentar seus propósitos de governo para São Paulo.

O SÃO PAULO – O candidato Russomanno procurou o senhor no sábado passado, dia 22. Qual foi o teor da conversa com ele?
Dom Odilo – Ele quis, junto com o seu candidato a vice-prefeito, dar-se a conhecer melhor. Mas a questão que, de fato, interessava também foi tratada; manifestei-lhe que os motivos de minha manifestação no domingo, dia 16, foram dois: o uso inapropriado da religião para a conquista do poder político e os ataques infamantes feitos à Igreja Católica pelo chefe do partido dele; disse-lhe que era meu dever defender a dignidade da Igreja Católica, colocada em jogo nesse ataque. A minha tomada de posição não diz respeito a partido A ou B, candidato A ou B, religião A ou B; diz respeito a um fato específico, que foi aquela matéria infamante, divulgada em contexto eleitoral e diante da qual eu não podia me omitir. Falar em “desavenças da Igreja Católica com candidatos”, como foi dito mais de uma vez nesses dias, não é correto, pois nos manifestamos sobre questões de princípios e públicas, e não sobre assuntos pessoais contra candidatos.

Entrevista concedida a Daniel Gomes e Karla Maria.

Campanha ‘Natal dos Sonhos’ chama à solidariedade

Fotos: Luciney Martins

Arrecadação de brinquedos continua até dia 15, nas paróquias de SP

De um lado bola, boneca, carrinho, peteca; do outro, abraços, beijos estalados, mãos estendidas, um olhar carinhoso, um agradecimento sincero. Os gestos foram recolhidos por toda a cidade, durante a Campanha “Natal dos Sonhos”, promovida pela Pastoral do Menor neste 2011.

No último sábado, 26, aconteceu o ‘dia da grande arrecadação”. Com o tema “A solidariedade Transforma o Mundo! Doe um Brinquedo”, o Teatro Grande Otelo, no Colégio Liceu Coração de Jesus, no centro, acolheu mais de 800 pessoas, em sua grande maioria crianças e adolescentes, para celebrar a solidariedade em prol das crianças mais carentes.

“As crianças precisam, desde cedo, se preocupar com o próximo, com o mais pobre, é uma questão de cidadania”, disse o estudante Gustavo Eustáquio de Paula, 17 anos. Para a professora Terezinha Fátima Tomazi, 52 anos, a campanha estimula a solidariedade nas famílias, transformando-se em gesto concreto, como a doação de brinquedos. E foram muitos brinquedos; em 2010, foram arrecadados cerca de 350 mil, e neste ano, a pastoral imagina bater esse número até o dia 15, quando se encerram as doações, nas diversas paróquias da Arquidiocese de São Paulo e nas dioceses de Campo Limpo e Santo Amaro.

O dia da grande arrecadação foi animado, contou com corais, shows e celebração, tudo com tradução simultânea em libras, estava concreto o gesto da inclusão. As crianças e adolescentes dos colégios e entidades católicas, atendidas pela Pastoral do Menor, de todas as cores e classes sociais, se divertiram, brincaram, cantaram e rezaram para que as crianças sejam respeitadas e tenham direito à educação, cultura e lazer.
“Com a campanha, tivemos a oportunidade de denunciar o desejo, a fantasia que há por de tras do brinquedo, mas que infelizmente é inatingível para muitas crianças que sonham durante toda a sua infância, com um Natal dos Sonhos”, disse Sueli Camargo, coordenadora da Pastoral do Menor e da campanha.

O grande dia de arrecadação despertou o lado lúdico da criançada com a apresentação de danças e corais, chamaram também atenção para o verdadeiro sentido do Natal, com a encenação do nascimento do Menino Jesus, entoado por uma Ave Maria, na voz de Renata Pizi. Quando o ‘Menino Jesus’ apareceu no colo de Maria, as cabecinhas se esticaram para enxergá-lo, os pés perderam o chão e as mãos o aplaudiram. Nessa história, que se repete por dois milênios, os reis magos são outros: dezenas de crianças apresentaram presentes, enquanto outras crianças do coral do Colégio Santa Marcelina cantavam Noite Feliz, culminando com o Glória.

Para dom Milton Kenan Junior, bispo na Região Episcopal Brasilândia e referencial para as Pastorais Sociais, Natal é mistério de amor que deve se traduzir em gestos. “Esta campanha é a possibilidade de nossas crianças entrarem na lógica de Deus, que não pode se limitar apenas às boas intenções, ao sentimentalismo vazio, mas que tem que se demonstrar em gesto”.

E os gestos de solidariedade acontecem há 10 anos; desde então, além de incentivar a doação de brinquedos, a campanha vem educando para uma cultura de paz e solidariedade. “Neste período, a Campanha possibilitou destacar a importância do respeito com as fases de desenvolvimento da criança. Conscientizou, mobilizou a sociedade, denunciou o direito de brincar, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente que está sendo roubado das nossas crianças, que são obrigadas a irem para as ruas, para os faróis como pedintes com a obrigação do sustento da família”, disse Sueli.

Publicado em O SÃO PAULO

O SÃO PAULO não se calou na ditadura brasileira

Foto de Filó/Fotossínete | dom Angélico Sândalo, ex-diretor do O SÃO PAULO

Ao completar 55 anos, O SÃO PAULO, comporá um documentário feito e distribuído pelo Instituto Vladmir Herzog, sobre a história recente do Brasil. Trata-se do projeto Resistir é Preciso – A recuperação da história da imprensa alternativa” que fará 50 entrevistas com personalidades da imprensa combativa e com elas 12 DVDs que  serão transmitidos pela TV Brasil e pelas TVs Cultura. De 1968 a 1978, durante o regime militar, O SÃO PAULO foi obrigado a apresentar suas matérias previamente aos censores do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). “Nossa ideia é contar a história recente do Brasil, de 1964 a 1979, através  dos olhos da imprensa que efetivamente combateu a ditadura, a chamada na época, imprensa alternativa”, revelou Ivo Herzog na Cúria Metropolitana, na manhã do dia 18, após ouvir dom Angélico Sândalo Bernadino e Maria Angélica Rittes Garcia, alguns  dos protagonistas da história do semanário da Arquidiocese.

Dom Angélico Sândalo Bernadino, hoje bispo emérito de Blumenau (SC), foi diretor do semanário arquidiocesano, de 1977 a 2000. “Nosso jornal exerceu na ditadura, um papel em defesa da democracia. Na redação do jornal ficavam os censores, que em matéria de doutrina social da Igreja eram ignorantes; tivemos matérias vetadas, outras cortadas em partes. O SÃO PAULO foi um jornal profético”, disse dom Angélico.

Em 1978, Maria Angélica, foi convidada por dom Paulo a ser editora-chefe do jornal. “Em reunião o senador Romeu Tuma [diretor do DOPS] nos orientou na redação jornal ‘nunca saiam sozinhos, saiam em grupo para se protegerem”. Neste tempo, éramos muito procurados pelos jornalistas da grande imprensa que propunham fazer matérias”; entre eles estava Ricardo Carvalho, um dos realizadores do documentário e jornalista da Folha de S. Paulo. “Para nós jornalistas daquela época, O SÃO PAULO era o lugar onde você podia beber de uma fonte segura, tínhamos dom Paulo, que  sempre nos recebia e indicava caminhos. Íamos à redação conversar com dom Angélico e era um oxigênio, era um jeito da gente não descolar da realidade, a partir daí criamos a editoria de Direitos Humanos”.

“O jornal e a Cúria Metropolitana de São Paulo eram uma vanguarda da Igreja católica brasileira e mundial. A Igreja de São Paulo era aquela que elaborava, que tinha a audácia de fazer propostas, era aquela que tinha 100 mil comunidades eclesiais de base. As pessoas se reuniam para discutir e viver o evangelho, se reuniam para ler o jornal que era disputado, queria ser lido”, revelou o senador da República Italiana, José Luiz Del Roio, um dos fundadores do Fórum Social Mundial e responsável pelas pesquisas do documentário.

Antes de ser O SÃO PAULO, o semanário recebeu outros nomes; José Aurélio Chiaradia Pereira, mestre em Mídia e Igreja, retoma a origem do jornal a 1905, quando teve o nome de Gazeta do Povo, até 1930, que por iniciativa de dom Duarte Leopoldo e Silva tornou-se O Legionário, e mais tarde, definitivamente, rebatizado de O SÃO PAULO, por dom Carlos Carmelo Motta. Com o advento do Concílio Vaticano 2º, a Igreja via a necessidade de atuar junto aos meios de comunicação, de modo mais efetivo.

“Ser boa imprensa a serviço do apostolado, da evangelização, anunciando Jesus Cristo com o mesmo vigor e criatividade do Apóstolo de quem o jornal emprestou o nome”, escreveu na primeira edição de O SÃO PAULO, dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, em 25 de janeiro de 1956. Dom Carlos Carmelo governou a Igreja de São Paulo até 1964, quando dom Agnelo Rossi tomou posse da  arquidiocese, ficando à frente dela até 1970. No mesmo ano, dom Paulo assumiu a Arquidiocese, permanecendo nela até 1998, transmitindo o cargo à dom Cláudio Hummes e posteriormente ao cardeal dom Odilo Pedro Scherer, atual arcebispo de São Paulo.

Em 2001, em entrevista cedida ao pesquisador Fábio Lanza, padre Cido Pereira, diretor do jornal desde 2000, disse que a história de O SÃO PAULO foi marcada por mudanças ao longo de sua trajetória editorial, aspecto esse relacionado também às diversas conjunturas, inclusive da política nacional.

Há 55 anos esse semanário registra a história da Igreja de São Paulo, história essa, que se confunde à história da cidade, de seu povo, e à sua própria.

Publicado em O SÃO PAULO.

Igreja coleta doações para a reconstrução do Haiti

Foto: Missão Belém | Missionárias de São Paulo atendem vítimas de cólera no Haiti

Cólera, pobreza, falta de estruturas administrativas, falta de água, comida, inacessibilidade à saúde e educação, 1,5 milhão de desalojados, somados às denúncias de tráfico de seres humanos para o exterior, compõem o atual cenário do Haiti, um ano depois do tremor, em 12 de janeiro de 2010, que atingiu os sete graus na escala Richter e teve seu epicentro localizado 25 quilômetros a oeste da capital Porto Príncipe.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), ONG’s e Igrejas têm enviado missionários, voluntários e quantias para tentar suprir as demandas provocadas pelo terremoto. A ONU comprometeu-se a acelerar a reconstrução do Haiti ao longo de 2011, com investimento de cerca de 3 milhões de dólares em projetos sociais.

O papa Bento 16 enviou ajuda financeira de 1 milhão e 200 mil dólares; 800 mil serão destinados à reconstrução de escolas e 400 mil dólares à reconstrução das igrejas. Porto Príncipe conta agora com novo bispo, nomeado dia 12, por Bento 16. Dom Guire Poular, o novo arcebispo da capital do Haiti, sucede dom Serge Miot, – uma das 300 mil vítimas do terremoto de 12 de janeiro de 2010.

Foto: Missão Belém | Crianças são as maiores vítimas, desde o terremoto em 12/01/2010

A Igreja católica em Porto Príncipe contará também com o bispo auxiliar, dom Glandas Marie Erick Toussaint, e com 284 sacerdotes, 1.708 religiosos(as) e dois diáconos permanentes. Em São Paulo, a solidariedade é articulada pela Cáritas Arquidiocesana, que desde o terremoto abriu uma conta para receber doações (banco Itaú, agência 0057 e conta corrente 17.627-3). Até novembro de 2010, foram arrecadados 36 mil e 500 reais, que serão destinados à construção de uma creche em Waf Jeremie, uma favela com 150 mil habitantes em Porto Príncipe.

Os cinco missionários da Missão Belém, reforçados agora por seu fundador, padre Gianpietro Carraro, chegaram no Haiti em 7 de novembro de 2010 e já se depararam com a chocante realidade da terrível doença do cólera.

“Como vocês sabem, 150 mil pobres vivem em cima de um lixão, sem um banheiro, sem higiene, sem água, sem energia elétrica, sem infraestrutura nenhuma. Somente há um pequeno posto médico montado pela querida irmã Marcela [missionária italiana] com a qual os nossos logo colaboraram”, revelou Cacilda da Silva Leste, uma das missionárias, em carta à Arquidiocese de São Paulo.

Os missionários estão no epicentro do surto de cólera, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), já provocou a morte de aproximadamente 4 mil pessoas. Maria Chiara Carraro, irmã do padre Gianpietro, disse que o povo do Haiti tem sofrido muito com a falta de água e o crescimento do surto de cólera, devido às precárias condições de higiene, situação agravada ainda mais pela difícil situação política que o país está passando.

Publicado no jornal O SÃO PAULO.

“Onde não há utopia não há futuro”

9° Fórum Social Mundial

Desde Porto Velho – RO, no 12° Intereclesial de CEBs, assumi com a iniciativa, indicação e benção do padre José Renato a missão de reaticular as CEBs e Grupos de Rua do setor Pereira Barreto. Com o apoio e confiança dos padres do setor realizamos momentos de partilha da experiência que vivi por lá. Partilhei também os anseios, dúvidas, lutas e reflexões que as comunidades do nosso Brasil estão vivendo.

Para minha grata surpresa, percebi que nossas comunidades, do Oiapoque ao Chuí, são iguais. Guardados os “deliciosos” sotaques, a maneira de celebrar, a cultura local e a realidade econômica: somos todos povos de Deus, preocupados essencialmente em alimentar os irmãos com a Palavra de Deus e com o pão de cada dia. E como é bonito enxergar isso.

Como primeiro gesto deste “novo tempo”, de rearticulação no Setor vamos realizar,  hoje sexta-feira, (11/12), às 20h, na Par. Nossa Sra. de Fátima, a Missa de Encerramento da Novena de Natal das Comunidade e Grupos de Rua do Setor Pereira Barreto. Presidirá a missa dom Angélico Bernadino Sândalo, bispo emérito de Blumenau.

Nosso compromisso para 2010 é caminhar juntos, com o pé fincado na realidade do povo, realidade que envolve formação cristã, pastoral, cidadã, na área de comunicação, no cuidado com o meio-ambiente, com a juvetude, no cuidado com a vida em todos os sentidos. Para começar vamos refletir com toda a Região Brasilândia, sobre a CF-2010, com o tema:  “Economia e Vida”. Anote na sua agenda:

  • 30/01- Formação sobre a Campanha da Fraternidade (local ainda a ser definido)
  • 21/02 – Abertura da Campanha da Fraternidade 2010 (local ainda a ser definido)

Você que recebeu este e-mail certamente está envolvido, de uma forma ou de outra com a Caminhada da Igreja, com os Meios de Comunicação alternativos e/ou com os Movimentos Sociais. Portanto, está convidado a celebrar conosco este bonito e por que não, histórico momento no Setor Pereira Barreto. Estarei por lá, compareça!

A Par. Nossa Sra. de Fátima, fica na Av. Paula Ferreira, 1522 Vila Bonilha, São Paulo – SP. Ela faz parte do Setor Pereira Barreto, um dos setores que compõem a Região Episcopal Brasilândia, que por sua vez está localizada dentro da Arquidiocese de São Paulo.

“Onde não há utopia não há futuro”, Dom Pedro Casaldáliga
Karla Maria
Comissão de CEBs e Pascom- Região Episcopal Brasilândia
11 8831-8485
11 3978-5254
https://karlamarias.wordpress.com
http://cebsbrasilandia.blogspot.com

Colegiada das CEBs de São Paulo se reúne e recebe a visita de dom Odilo

A Colegiada das CEBS – Comunidades Eclesiais de Base do estado de São Paulo, esteve reunida no Centro Pastoral Santa Fé – Anhanguera, nos dias 22 e 23 de agosto para avaliar o 12° Intereclesial, realizao em Porto Velho-RO, de 21 a 25 de julho.

Karla Maria | Colegiada das CEBs - SP1
Karla Maria | Colegiada das CEBs - SP1

O encontro reuniu representantes das oito sub-regiões que agregam as 43 dioceses do estado. Acompanhados por dom Maurício Grotto de Camargo, arcebispo de Botucatu, além da avaliação do Intereclesial, os representantes avaliaram a participação do estado no encontro e traçaram calendário e projetos das comunidades de base a partir dos compromissos traçados em Porto Velho.

Com a assessoria do padre Aécio Cordeiro da Silva, pároco na Região Episcopal Brasilândia, foi feita uma análise de conjuntura e resgate da memória das lutas das CEBs na Arquidiocese de São Paulo (SP1).

Karla Maria | dom Odilo, arcebispo de São Paulo
Karla Maria | dom Odilo, arcebispo de São Paulo

No domingo pela manhã, dom Odilo Pedro Sherer, arcebispo de São Paulo, se reuniu à colegiada das CEBs e deixou seu recado. “Eu espero que as CEBs estejam bem vivas, bem ligadas às comunidades paroquiais para poderem manter a sua motivação eclesial e receberem também os impulsos que vem da Igreja e possam traduzr na sua prática e na sua vida. Suscitem novas e mais comunidades”, afirmou o arcebispo, que questionou à colegiada quais os rumos e projetos das CEBs.

Em resposta os representantes destacaram a necessidade de repensar a pastoral urbana, fortalecer a Missão Continental e os grupos de rua, motivar a formação nas comunidades eclesiais, assumir o Grito dos Excluídos, a Romaria da Terra e da Água, estar presente com as pastorais sociais e ser Igreja na sociedade para construir o Reino de Deus.

“As CEBs tem esta característica de estar com o pé fincado na realidade local próxima da vida do povo, nós temos nas nossas cidades, uma série de questões e há enormes possibilidades de atuação e envolvimento, é preciso se unir aos demais organismos, sejam católicos ou não, para mudar as situações de desrespeito à dignidade humana”, afirmou dom Odilo ao se despedir.

A Colegiada estadual das CEBs também se mostrou indignada quanto à atual situação política do país. “Estamos indignados com a postura do Senado Federal e por isso estamos intensificando a coleta de assinaturas para a Campanha Ficha Limpa. Queremos que este projeto de lei funcione já nas próximas eleições. O que estamos vivendo é uma vergonha e falta de ética, afirmou Liz Maria Marques, representante da Região Belém na Arquidiocese de São Paulo.

A Colegiada das CEBs se reúne quatro vezes ao ano e é composta por cerca de 32 representantes de cada uma das sub-regiões (Aparecida, Botucatu, Campinas, RP1, RP2, SP1, SP2 e Sorocaba.