Naqueles dias frios, bem frios, me juntei ao Luciney Martins e à Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo para colher testemunhos, conversar e conviver com a população que está em situação de rua. O resultado está na reportagem publicada pela Agência Signis de notícias. As fotos abaixo são do amigo Luciney Martins.
Depois da fila, a conversa Paulinha e suas finas canelas Fabiano e Alex fogem da violência e do preconceito Conhecendo a mineira Rosenilda à frente da linda sala São Paulo
As canelas finas de Teresa tremiam. Nem a bermuda jeans e as meias grossas que recebera de doação na noite passada conseguiam lhe aquecer de modo efetivo. Aliás, quando nos encontramos em frente à estonteante Sala São Paulo, na região central da capital paulista, ela estava arrancando as meias que grudavam em seus pés castigados por bolhas. Era 30 de julho, a madrugada mais fria desde 2004, com termômetros registrando 3°C.
Teresa, que prefere ser chamada de Paulinha e só, não revela a idade, mas já passou dos 60. Seus cabelos curtos e grisalhos e o corpo franzinho e levemente curvado denunciam o peso do tempo. Ela vive em constante caminhada nas ruas de São Paulo atrás de comida, água, cobertor, gorrinho, qualquer coisa que possa protegê-la do inferno que vive.
Ela é mais uma sobrevivente nas ruas de São Paulo e neste inverno de 2021 tem encontrado na caridade de anônimos algum amparo para manter seu corpo aquecido, vivo. Naquela madrugada ela recebeu um gorrinho e cobertor de agentes da Pastoral do Povo da Rua, da Arquidiocese de São Paulo. Mas eu vi que não foi só isso…
Confira a reportagem na íntegra, no site da Agência Signis de Notícias.