Trabalhadores são escravos do luxo

José_nome fictício, seu rosto deve ser preservadoEm fevereiro, deste ano, publiquei na Revista Família Cristã, uma reportagem sobre a situação de escravidão que trabalhadores imigrantes bolivianos sofriam em oficinas de costura na maior cidade do país, São Paulo. Confira trecho da reportagem:

“De oficina em oficina, José* chegou à de Rolando Poma Mendonça, uma dos 17 pontos clandestinos que costuravam exclusivamente para as Confecções Talita Kume Ltda. e compunham sua rede produtiva. Localizada no Jardim Modelo, zona norte da capital paulista, a oficina foi autuada em junho de 2012 pela fiscalização do Pacto contra a Precarização e pelo Emprego e Trabalho Decentes em São Paulo. Na ocasião, foram libertados seis homens (entre os quais, José*), duas mulheres e dois adolescentes (um com 16 e outro com 17 anos), todos trabalhando em situação semelhante à escravidão. “Já perdemos o controle do número dessas oficinas, são muitas. Na zona norte de São Paulo, você verá guetos de bolivianos que moram e trabalham no mesmo imóvel. Só saem aos domingos para descansar”, garante o auditor Luís Alexandre.”

A reportagem na íntegra você pode conferir no site da Revista Família Cristã.
As fotos são do Pacto Contra a Precarização e pelo emprego e trabalho decentes em São Paulo.

Do baú aos brechós on line, estilo retrô é tendência

Caminhar pela avenida Paulista, na capital que não para (São Paulo) ou arriscar-se pela rua Augusta, é entrar em contato com uma infinidade de estilos e culturas, com a excentricidade que ignora o calendário presente e atravessa as décadas. São óculos de grau, escuros, chapéus, bolsas, blusas, sapatos, bolsas… tudo nos remetendo às décadas de nossas mães e avós, um convite ao passado, ao estilo vintage ou retrô.

Depois de vasculhar cada cantinho do baú da vovó, ou daquela tia mais estilosa você encontrou peças super bacanas, e não tem coragem de usar, ou não encontrou nada e está sem grana para vir até São Paulo e desbravar os brechós… é possível da sua casa, encontrar os melhores brechós de cada cantinho do país e do mundo através do olx classificados, um blog de compras e vendas, ou seja, um site de classificados gratuito, tem tudo o que você pode imaginar.

Nele você encontrará, com segurança e comodidade, estilos das décadas passadas, de vários cantinhos do país, e ainda, contibuirá com o meio ambiente. Comprando ou vendendo roupas “usadas” você diminui o consumo de energias fósseis, que seriam utilizadas para a fabricação de novos produtos. Para conhecer mais o site confira a campanha que está rolando na tevê ou o vídeo abaixo. Como há muitas opções para compras ou vendas, separe um tempinho, monte seus looks e desfile pelas “paulistas” e “augustas” deste país.

De um bordel às luzes de Paris

coco2Ontem, pela 1° vez fui a uma sala de cinema, em um shopping projetado por gaúchos, situado em um bairro cheio de italianos, para assistir a história de uma francesa…esta é minha São Paulo.

Assisti o filme Coco antes de Chanel, dirigido por Anne Fontaine. 110 minutos de uma fotografia belíssima, que encanta pelas paisagens e pela história, desta mulher, que revolucionou o modo das mulheres se vestirem no século 20, falo de Gabrielle Coco Chanel.

Órfã de pai e mãe, criada em um internato no coração da França, Coco escreve sua história com linha, agulha e perfeição, silêncio e leituras… De um bordel às luzes de Paris. O olhar de Coco, desde os 10 anos, acompanha as mulheres, suas roupas e comportamentos. Observa atentamente os hábitos das freiras, os babados e decotes das prostitutas, as calças  e colarinhos dos homens que a cortejavam, até decidir vesti-las para facilitar a montaria.

Coco causa polêmica, ao montar cavalos, ao usar calças, ao preferir a simplicidade e elegância à efervescência dos tecidos, decotes e frufus da época. Contrariando a “normalidade” e o machismo da época (será apenas da época?), Coco seduzia os homens por sua singularidade e mistério.

Recusa-se a casar, não acredita no amor, tão pouco no príncipe encantado, gosta sim de fazer amor.

Mas como toda (ou quase toda) mulher acaba se apaixonando e vive “perfeitos dias e perfeitas noites” como a amante. Apaixona-se sobretudo, pelo trabalho e começa a fazer sucesso e fama que perdura até hoje.

Belíssima história, belíssimo filme.

unibanComo não podia deixar de tocar no assunto que está latente na mídia, volto à Geisy Arruda, a famosa estudante de turismo. Depois de ver o quanto Coco destoava daquele cenário, de como suas ideias eram distintas das demais mulheres, penso que, com relação ao julgamento que ambas receberam,  graças às suas roupas, as histórias se assemelham…

A moça de vestido rosa contrariou a normalidade de uma instituição limitada, no que diz respeito à educação universal, fechada ao diálogo e à reflexão (basta acompanhar o ranking das universidades do Brasil).  Geisy seduziu os alunos da faculdade (sempre prontos) e tocou em uma ferida histórica que perpassa os séculos da humanidade: o machismo.

Consumo consciente tá na moda

lacoste“A Sociedade de consumo chegou ao fim”, esta afirmação é de Christophe Lemaire, 44, estilista responsável pelas últimas coleções da Lacoste. Assim aquela grife famosa do jacarezinho, sim, das polos super caras.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, de 15/10 em Nova York, o estilista da grife é categórico: “A sociedade de consumo chegou ao fim de certa lógica. Para além da crise econômica, creio que as pessoas estão num processo de tomada de consciência, que começam a compreender que não se pode continuar nesse ritmo de consumo. É um suicídio coletivo”, afirmou Lemaire.

A grife foi criada em 1933 por René Lacoste, um vencedor jogador de tênis que ven e segue a linha esporte-de-luxo e a camisa pólo é o ícone da marca, e sai pela bagatela de no mínimo R$ 200,00.