13° Romaria a pé para o Grito dos Excluídos

Romaria pela Brasilândia

“Onde estão nossos Direitos? Vamos às ruas para construir um projeto popular, este é o grito da 13° Romaria a pé 2010, que no dia da “independência do Brasil”, 07/09, se une ao Grito dos Excluídos em sua 16° edição. A Romaria a pé, uma iniciativa da Região Brasilândia, percorre as ruas da periferia de São Paulo até o centro da cidade, em solidariedade por aqueles que não tem seus direitos garantidos, em busca pelo cumprimento destes direitos. Na fileira que se forma, por entre os morros da periferia, encontram-se homens e mulheres da  Região Episcopal Brasilândia – Arquidiocese de São Paulo e da Diocese de Santo André.

São agentes das pastorais e movimentos sociais e lideranças das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), que renovam o gesto profético de caminhar denunciando as injustiças na cidade de São Paulo. São cristãos que coletaram assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular  na Campanha Ficha Limpa (legislação já em vigor, torna mais rígidos os critérios de admissão de candidatos para os cargos de representatividade popular). São cidadãos articulados, organizados e informados sobre seus direitos, indignados com a falta de políticas públicas que correspondam às demandas da periferia da cidade.

A Romaria começa na segunda 06/09, saindo do Jardim Damasceno, região Brasilândia e passa por cinco CEBs. À noite chega à casa de Oração do Povo, já no centro da cidade, e junto aos moradores em situação de rua participam da celebração e partilham o jantar e a pernoite.

No dia 7, às 8h os romeiros participam da missa na Catedral da Sé e logo após os se unem ao 16° Grito dos Excluídos, e juntos caminham até o Monumento da Independência no Ipiranga, onde será realizado um ato público, em defesa da vida, dos direitos de cada cidadão e ainda e pelo Plebiscito Popular que deseja limitar a propriedade da terra no Brasil. A juventude também será tema neste grito, com reflexões sobre a violência e o extermínio dos jovens no Brasil, bem como a Campanha da Fraternidade Ecumênica e o processo eleitoral.

Por que caminham estes homens e mulheres ?

“Nós caminhamos em romaria porque sonhamos com a vida respeitada, com a terra e o pão partilhados, nossas crianças na escola, acesso digno ao trabalho, saúde, lazer… “O melhor jeito de sonhar é de olhos abertos”. De fato, sonhar de olhos abertos quer dizer que estamos projetando alguma coisa boa para nós, para nosso futuro, também para outras pessoas e situações. Sonhar é visualizar hoje o que queremos que se torne uma realidade, amanhã. E quem não sonha? É próprio da pessoa humana, querer progredir, estar bem, ir melhorando sempre. Foi Deus que colocou em nosso coração este desejo. Deus também tem um sonho para nós. Com certeza ele quer ver seus filhos e filhas com muita saúde, prosperidade, com vida em abundância que Jesus mesmo veio trazer.

Muitas pessoas usam a palavra utopia no lugar de sonho. É a mesma coisa. Por causa deste sonho Deus criou o universo. Por causa deste sonho ele quer a paz em todo o mundo, o desenvolvimento, o respeito pela ecologia, a fraternidade entre os povos e as religiões, nossas comunidades com espírito de ajuda, de luta e de amor. Como disse D. Pedro Casaldáliga: “Nosso Deus tem um Sonho e Nós também”.

Nas nossas caminhadas, Brasilândia e Santo André caminham e sonham por: trabalho, saúde, na luta por terra, moradia, regularização e urbanização das favelas, contra a violência e morte do povo e da juventude, na preservação do meio ambiente, contra os lixões, contra os pedágios, ao acesso de estruturas de Lazer & Cultura, entre outras lutas.

Mais informações karla.maria.souza@gmail.com.

Economia e Vida

“Não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24)

A Campanha da Fratenidade Ecumênica – CFE de 2010, tem o objetivo de colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e das pessoas de boa vontade..” (Texto-base, 2009:17).

A Região Episcopal Brasilândia, em comunhão com toda a Igreja do Brasil realiza um Encontro de Formação para agentes de Pastoral, com o objetivo de aprofundar o tema da CFE-2010, e assim capacitar as lideranças das comunidades, para viverem de modo solidário, no combate ao individualismo e consumo exacerbado, aprimorando a consciência econômica, política, ambiental e cristã.

Encontro de Formação para agentes de Pastoral
Data: 30 de janeiro (próximo sábado)
Horário: das 9h às 11h30
Local: Paróquia Santos Apóstolos (Av. Itaberaba, 3907 – Jd. Maracanã, Tel.: 3851.4535 )
Assessoria: Rita de Cássia Angarten Marchiore (Arquidiocese de Campinas)

A CFE-2010 está sendo pensada na Região Brasilândia, por uma equipe executiva, composta por membros de todos os setores e pela juventude, com a coordenação de Reinaldo Torres, padre na Paróquia Nossa Sra. do Retiro, Setor Pereira Barreto.

Mais informações na Cúria Regional 3924-0020 ou com Karla Maria no 8831-8485.

CEBs do setor Pereira Barreto encerram novena de Natal

Comunidades participam da missa

“Gente simples, fazendo coisas pequenas em lugares pouco importantes consegue mudanças extraordinárias”.

Foi com este provérbio africano, vindo direto de Porto Velho-RO, do 12° Intereclesial das CEBs, que nós, CEBs e Grupos de Rua do Setor Pereira Barreto, nos reunimos em 11/12, na paróquia Nossa Sra. de Fátima – Vila Bonilha, para celebrar o encerramento da Novena de Natal em nossas comunidades. A missa foi presidida por dom Angélico Bernadino Sândalo, bispo emérito de Blumenau e co-celebrada por dom Servílio Conti, imc, bispo emérito de Boa Vista – RR, e pelos padres Edmílson Gongaza, pároco de Nossa Sra. de Fátima e Jaime C. Patias, imc, diretor da revista Missões, da Região Episcopal Santana.

Mais de 150 pessoas das oito paróquias e suas comunidades, que compõem o setor, participaram da missa. Trouxeram consigo símbolos e camisetas que marcaram a caminhada de suas comunidades e grupos de rua, trouxeram também o desejo de em 2010, atuarem mais em conjunto, como Igreja Missionária em unidade. Importante registrar a presença de membros do Setor Nova Esperança, em especial Serginho, Ana Cristina e Gisele que animaram a liturgia com os cantos. Participaram da missa também membros da Comissão Regional das CEBs.

Presépio de Moçambique

Esta missa foi o primeiro passo visível da rearticulação, que nós, do Setor Pereira Barreto assumimos, desde nossa participação no 12° Intereclesial da CEBs, em julho de 2009, em Porto Velho-RO. O meu, o nosso compromisso para 2010 é caminhar mais unidos, com o pé fincado na realidade do povo, realidade que necessita de uma formação cristã, pastoral, cidadã. Usando a comunicação como instrumento de evangelização, aprendendo a cuidar do meio-ambiente, a lidar e caminhar com a juventude.

Para começar bem o ano, vamos refletir com toda a Região Brasilândia, a Campanha da Fraternidade-2010, com o tema “Economia e Vida”. Será um dia de formação, em 25/01, ainda sem local confirmado. Já no dia 13/02 teremos outro encontro do setor para acertar o calendário de atividades, de formação e a equipe de “coordenadores/comunicadores” das CEBs do Setor Pereira Barreto.

Na tarefa de registrar e dar visibilidade às atividades das CEBs da Região Brasilândia, sempre usei a 3° pessoa, contudo, hoje utilizo este texto, para agradecer aos padres do setor Pereira Barreto pela acolhida e mais uma vez pedir o apoio e a presença de vocês em nossas atividade, os padres são exemplos e estimulam a caminhada das comunidades. Ao padre José Renato, assessor regional e arquidiocesano das CEBs, o meu obrigada pelo voto de confiança, pela aposta e pelo carinho.

Nós, aqui do setor, bem como as milhares de comunidades por todo o Brasil, somos “Gente simples, fazendo coisas pequenas em lugares pouco importantes” e desejamos conseguir mudanças extraordinárias”. Os sonhos continuam, as lutas se renovam e o próprio Cristo, vem nos visitar na noite de Natal, iluminando-nos para 2010.

Feliz Natal!
beijo carinhoso
Karla Maria

Romaria a Pé da Brasilândia une forças ao Grito dos Excluídos

As CEBs – Comunidades Eclesiais de Base da Região Episcopal Brasilândia, junto à Diocese de Santo André realizarão nos dias 5, 6 e 7 de setembro a Romaria a Pé. Em sua 12° edição, a romaria caminha pelos bairros da periferia até o centro de São Paulo, denunciando as injustiças que seu povo vive e se organizando para a garantia dos direitos já conquistados.

11° Romaria a Pé
11° Romaria a Pé

A Romaria a Pé começa neste sábado (05/09), às 8h da manhã, e parte da Comunidade Deus Pai dos Humildes, que fica em Perus. Ao longo do dia, os romeiros, cerca de 120 pessoas, passarão pelas comunidades Nossa Senhora Aurora (Jaraguá), Santo Antonio de Pádua (Parque Nações Unidas), Santo Antonio de Taipas (Taipas), Santo Expedito (Jardim Damasceno), Comunidade Nossa Senhora das Dores e Cristo Ressuscitado que está localizada no Jardim Ladeira Rosa. Nesta comunidade os romeiros terão o jantar e a pernoite.

No domingo (06/09) pela manhã, a Romaria recomeça com a reza do terço na Igreja Matriz, da paróquia Nossa Senhora Aparecida de Vila Souza, com o Padre Marcio Clay Chen e a comunidade local. Depois da oração, os romeiros seguem em sentido à Paróquia Nossa Senhora das Angustia, na Vila dos Ferroviários.

Por volta das 11h, os romeiros estarão no Largo do Paissandu e de lá seguirão para Largo São Francisco, onde será servido almoço. À tarde se concentram no Pátio do Colégio e seguem para a Casa de Oração do Povo de Rua, onde será realizada uma celebração, o jantar e a pernoite. Antes porém, um breve, porém, valioso convívio com os moradores em situação de rua.

Já na segunda-feira, dia da Independência (07/09), os romeiros partem para a Catedral da Sé. Participarão da celebração das 8h da manhã e em seguida unirão seus gritos, aos demais, de toda a São Paulo e do Brasil, e caminham da Praça da Sé até o Monumento do Ipiranga.

Com o tema: Vida em primeiro lugar. A força da transformação está na organização popular, o Grito em São Paulo, está em sua 11° edição. Em nível nacional, esta é a 15° Vez que as pastorais sociais, movimentos populares, trabalhadores/as, excluídos e excluídas, se unem e gritam por melhores e dignas condições de vida, por emprego, salário, moradia, terra e a garantia dos direitos, contra a criminalização dos movimentos sociais.

O amor persiste, além das grades em Franco da Rocha

O último sábado (29/08) foi saudado com um sol bonito e quente, um céu azul, azul…um belo dia para celebrar a vida, a liberdade e de fato eu a celebrei.

No mesmo dia, às 7h30 estou à caminho de Franco da Rocha, mais especificamente ao presídio Nilton Silva, o P2. Acompanho a Pastoral Carcerária Padre Macedo, que tem uma missão especial. Orientar os presos que estão buscando o matrimônio.

Karla Maria | Os 13 casais na Penitenciária Nilton Silva, Franco da Rocha
Karla Maria | Os 13 casais na Penitenciária Nilton Silva, Franco da Rocha

Para a realização do casamento, a pastoral conta com o apoio do diretor da Penitenciária, senhor Adevaldo Pereira de Souza e todos os funcionários, que vêm a iniciativa da Pastoral como um incentivo à ressocialização do preso. “Com a possibilidade do casamento, eles passam a se cuidar, o comportamento melhora muito e eles ficam mais tranqüilos, porque sabem que alguém os espera lá fora”, afirmou um dos coordenadores de disciplina, João Braga.

Às 9h da manhã o portão do P2 já abrigava as noivas, 13 mulheres ansiosas aguardavam o momento de reencontrar seus noivos. Juntos acompanharam a palestra assessorada pelo casal Nery e Nadir Oliveira, casados há mais de 30 anos, membro da Pastoral Familiar da Arquidiocese de São Paulo. Durante a palestra Nery falou da importância do perdão na convivência e na construção de um lar.

Às 12h a palestra foi encerrada e foi servido um lanche, com pão quentinho feito na padaria do presídio. Neste intervalo as histórias de amor surgiram.  Elisangela da Silva Santos tem 27 anos e Reinaldo Machado Bueno, 26. Se conheceram no centro da cidade de São Paulo há nove anos, enquanto Reinaldo morava na antiga FEBEM – Fundação Estadual do Bem Estar do Menor. Hoje o casal tem quatro filhos Gabriel, Daniel, Samuel e Mayara e contam com a ajuda da Pastoral Carcerária para oficializar a união.

foto: Karla Maria | Reinaldo e Elisângela
foto: Karla Maria | Reinaldo e Elisângela

Reinaldo afirma que quer casar para provar seu amor e começar uma nova vida com Elisangela. Quando questionado porque estava preso ele respondeu de cabeça baixa: “a situação estava extrema e pra poder ajudar em casa eu roubei, mas agora eu to pagando, Graças a Deus”, afirmou o reeducando que está preso há dois anos e cinco meses e se diz esquecido pelo estado. “Se não é a pastoral carcerária vim aí, a gente fica esquecido, como um leão dentro da jaula e é muito desumano”, afirma Reinaldo, que tem ainda 2 anos e meio pela frente de pena a cumprir.

Após o intervalo, uma pausa para dúvidas sobre a cerimônia que ainda não tem data marcada. Para o Casamento Coletivo no Presídio Nilton da Silva, estão cadastrados 79 casais, que serão acompanhados pela pastoral.

A Pastoral Carcerária Padre Macedo, criada em 12 de julho de 2008 faz visitas quinzenais aos presídios de Franco da Rocha e prioriza quatro linhas de trabalho: a evangelização, o diálogo com a sociedade, a promoção da cidadania e a Justiça, buscando a recuperação e o exercício de valores morais, pessoais, coletivos e sociais.

O trabalho da pastoral busca resgatar a dignidade daqueles que por vezes, de fato estão esquecidos por familiares, amigos e pelo Estado. O trabalho não é defender o preso, é  acolher, ouvir, respeitar e lutar para que estes homens/mulheres, que estão pagando seus erros, tenham uma segunda chance perante à sociedade. Sem dignidade e respeito, ninguém consegue se levantar e recomeçar.

Eu recomecei, de novo e mais uma vez. Faço questão da redundância. O portão do Nilton Silva se fechou, ouvi a tranca. Respirei fundo. Eram 13h30, o sol não ofuscou meus olhos, ele me saudou com o calor da vida, da liberdade.

Colegiada das CEBs de São Paulo se reúne e recebe a visita de dom Odilo

A Colegiada das CEBS – Comunidades Eclesiais de Base do estado de São Paulo, esteve reunida no Centro Pastoral Santa Fé – Anhanguera, nos dias 22 e 23 de agosto para avaliar o 12° Intereclesial, realizao em Porto Velho-RO, de 21 a 25 de julho.

Karla Maria | Colegiada das CEBs - SP1
Karla Maria | Colegiada das CEBs - SP1

O encontro reuniu representantes das oito sub-regiões que agregam as 43 dioceses do estado. Acompanhados por dom Maurício Grotto de Camargo, arcebispo de Botucatu, além da avaliação do Intereclesial, os representantes avaliaram a participação do estado no encontro e traçaram calendário e projetos das comunidades de base a partir dos compromissos traçados em Porto Velho.

Com a assessoria do padre Aécio Cordeiro da Silva, pároco na Região Episcopal Brasilândia, foi feita uma análise de conjuntura e resgate da memória das lutas das CEBs na Arquidiocese de São Paulo (SP1).

Karla Maria | dom Odilo, arcebispo de São Paulo
Karla Maria | dom Odilo, arcebispo de São Paulo

No domingo pela manhã, dom Odilo Pedro Sherer, arcebispo de São Paulo, se reuniu à colegiada das CEBs e deixou seu recado. “Eu espero que as CEBs estejam bem vivas, bem ligadas às comunidades paroquiais para poderem manter a sua motivação eclesial e receberem também os impulsos que vem da Igreja e possam traduzr na sua prática e na sua vida. Suscitem novas e mais comunidades”, afirmou o arcebispo, que questionou à colegiada quais os rumos e projetos das CEBs.

Em resposta os representantes destacaram a necessidade de repensar a pastoral urbana, fortalecer a Missão Continental e os grupos de rua, motivar a formação nas comunidades eclesiais, assumir o Grito dos Excluídos, a Romaria da Terra e da Água, estar presente com as pastorais sociais e ser Igreja na sociedade para construir o Reino de Deus.

“As CEBs tem esta característica de estar com o pé fincado na realidade local próxima da vida do povo, nós temos nas nossas cidades, uma série de questões e há enormes possibilidades de atuação e envolvimento, é preciso se unir aos demais organismos, sejam católicos ou não, para mudar as situações de desrespeito à dignidade humana”, afirmou dom Odilo ao se despedir.

A Colegiada estadual das CEBs também se mostrou indignada quanto à atual situação política do país. “Estamos indignados com a postura do Senado Federal e por isso estamos intensificando a coleta de assinaturas para a Campanha Ficha Limpa. Queremos que este projeto de lei funcione já nas próximas eleições. O que estamos vivendo é uma vergonha e falta de ética, afirmou Liz Maria Marques, representante da Região Belém na Arquidiocese de São Paulo.

A Colegiada das CEBs se reúne quatro vezes ao ano e é composta por cerca de 32 representantes de cada uma das sub-regiões (Aparecida, Botucatu, Campinas, RP1, RP2, SP1, SP2 e Sorocaba.

Grita Amazônia, grita que este povo escuta

Trem de Ferro Gusa

Porto Velho – RO sediará 12°Intereclesial de CEBs – Comunidades Eclesiais de Base, de 21 a 25 de julho deste ano.

Um encontro que promete reunir aproximadamente 3 mil pessoas, interessadas em discutir, refletir e apontar soluções para questões como o desmatamento da Amazônia, à questão indígena – o descumprimento da Constituição que lhes garante a vivacidade das culturas originais e o acesso à terra. Os danos do agronegócio, da transposição e poluição de rios por todo o Brasil, do consumo desenfreado de bens não essenciais à vida, do desperdício de energia, comida, da geração de lixo e de tantos outros problemas que permeiam a sociedade brasileira e todo o mundo.

Ouvi nesta tarde, que estes problemas são fruto da vaidade humana, portanto, há de se refletir também neste encontro, qual o compromisso do homem/mulher com sua vida, sua civilização. Quem são estes homens e mulheres, como estão constituídas suas famílias, suas histórias…

Os participantes deste grande encontro em Rondônia, chamado 12° Intereclesial de Cebs, são cristãos, católicos que se vêm comprometidos, à exemplo de jesus Cristo, a defender a vida, a dignidade dela.

Da cidade de São Paulo, denominada nas estruturas da Igreja como Arquidiocese de São Paulo, saírão 54 delegados, representantes de suas comunidades e paróquias. Entre eles padres, religiosas e religiosos, leigos e leigas, jovens que estão dispostos a buscar outros caminhos para aquele virão.

Delegados em dia de formação / Itatiba - SP
Delegados em dia de formação / Itatiba - SP

A Região Amazônica está em pauta no mundo, sediou em janeiro, em Belém do Pará, os Fóruns Social Mundial de Teologia e Libertação, o 9° Fórum Social Mundial e agora acolhe o 12° Intereclesial de CEBs.

Estarei em Porto Velho, de 19 a 26 de julho como uma das delegadas de São Paulo, representando a Região Brasilãndia e o Setor Pereira Barreto. Hoje (05/07) nós, os 54 delegados tivemos um encontro especial pela manhã com Dom Angélico Bernadino Sândalo, bispo emérito de Blumenau e às 11h fomos enviados pelo bispo da Arquidiocese dom Odilo Pedro Sherer, que nos pediu para levar também o grito de São Paulo, que sofre por tantos males.

Do ventre da Terra, o Grito que vem da Amazônia – estarei atenta a este grito de perto, acompanhando as discussões, ouvindo, aprendendo….estamparei aqui fotos deste povo bonito, que atravessa kilometros, por terra, mar e ar, numa tentativa corajosa cheia de esperança na busca de um outro mundo possível.

“Nos vemos” por aqui…

ENTREVISTA

José Renato é sacerdote, radialista e assessor das CEBs – Comunidades Eclesiais de Base no Estado de São Paulo.

Qual a importância deste encontro em Porto Velho e quais as suas expectativas quanto ao 12° Intereclesial…

José Renato – Os intereclesiais são momentos, como diz o grande Pedro Casaldáliga, são momentos macro, momentos de fortaecimento na fé, são momentos de compromisso bem definidos para todos e para que de fato o clamor da Amazônia apareça. A gente sabe que quando, biblicamente, os pobres clamam Deus desce. A história do êxodo, o grito de Jesus na Cruz, são clamores que mostram o protesto definitivo de Deus contra as injustiças e tudo aquilo que vai contra a realização do Seu Reino.

Então enquanto clamor a Igreja que não é de hoje, já trabalha há muito tempo, inclusive com a questão ecológica desde 1979, já fizemos uma Campanha da Fraternidade – CF sobre ecologia, já fizemos a CF trabalhando em nível nacional, da Amazônia, dos índios, a água, que são todos temas que estão aí relacionados. Então a expectativa é que o intercâmbio, a comunhão fraterna, de experiências, de buscas de saída dos problemas de missão e ecologia, a gente volte com mais ânimo, claro, a gente vai ver que as lutas são as mesmas, vamos celebrar vitórias e vamos ver os desafios, mas que na cidade de São Paulo, especialmente na nossa Região Brasilãndia, onde o problema ecológico aparece tanto, que até é uma prioridade pastoral, está aí a Luta para resolver o problema do lixo, a luta por moradia, a reciclagem, são problemas que nos dizem imediatamente. O problema da Amazônia é também problema de São Paulo.

 O que esperar destes 54 delegados da Arquidiocese de São Paulo…

Os nossos representantes nós esperamos que venham animados, mais esclarecidos, com maior ardor profético para testemunhar a missão do reino que passa pela ecologia, e como a gente rezava hoje, pela manifestação dos filhos de Deus, porque a criação foi submetida à vaidade humana. Então eu acho que vai ser muito positivo, com certeza é um momento de esperança, um momento de celebração, de toda a vida de Igreja. De toda a vida de Igreja, que eu participo desde coroinha, eu nunca vi nenhum encontro desta grandiosidade, desta beleza, onde todos realmente, bispos, padres, leigos estão irmanados numa relação de muita fraternidade, muita comunhão. Lá agente faz a experiência de viver a igreja da comunhão, da igreja do serviço, da simplicidade e comprometida com o reino, mais próximo daquilo que os evangelhos pedem.